A personagem era tipicamente lisboeta. Deitado na marquesa do "psicólogo" Bruno Nogueira, os bigodes que falavam para a televisão, interrompidos pelos tiques que o álcool foi criando, deitavam cá para fora um dos estereótipos do macho de Lisboa.
Sim, porque no Ribatejo e Alentejo há Marialvas, mas por Lisboa há uma espécie não classificada que vive escondida na Madragoa, Alfama e Castelo e que, embebida em vinho carrascão, tenta esquecer aquilo que por infelicidade nunca (...)
Acabado de me sentar na cadeira do meu barbeiro, eis que surge um puto com o pai careca pela mão. Sentou-se ele atento ao cabelo que me iam tirando a cada tesourada, para a meio dizer espantado: "olha, afinal tem o cabelo igual ao do pai!"
Raio do puto...
Aproveita. Um dia também serás careca!
A Igualdade faz-me rir. Provoca-me risos do nada, sobretudo quando resulta da fértil imaginação daqueles libertadores que, errando a década, se intitulam filhos fashion dos donos de Abril. Eles que já foram lá fora "ao estrangeiro", não por exílio, mas em turismo e que aqui e ali beberam das mentalidades mais modernas e dos cafés mais intelectuais, só podem viver na perpétua angústia de quem nunca alcança a moda que persegue.
E como o que faz falta é animar (...)