A verdade vem sempre ao de cima (2)
Demorei quase 24 horas a - resignar-me talvez não seja o melhor termo - aceitar que todos os imbróglios e suspeitas que me passaram pela frente nos últimos 6 anos seriam de descartar, pois a investigação e o Ministério Público tinham clarificado tudo e se não encontraram nenhum fundamento é porque lá não existia.
Fi-lo por crer naqueles chavões do estado de direito, dos direitos fundamentais, na presunção da inocência, na separação de poderes, e por querer acreditar numa justiça que, ainda que lenta que dói, seja ceguinha de todo.
Fi-lo, embora reconhecendo que o Ministério Público por vezes parece brincar em serviço e, que aparentemente, prefere viver numa tenda de circo que deixa entrar e sair quem quer, o que quer, mesmo quando não quer, do que numa caixa forte selada e surda-muda.
Fi-lo, contrariado, até que cheguei à tarde de ontem e me deparei com a falta de tempo do MP para interrogar Sócrates e o continuar da novela que deixará para sempre sob suspeita aquele que eu acho que tem demasiados rabos-de-palha por justificar e explicar, mas que a justiça no dia anterior dera como livre de encargos.
Percebem agora quando digo que "mais depressa os portugueses irão suspeitar da justiça, do que confiar neste ou naquele resultado com que Sócrates se venha congratular"?