Política de espanador
Passos Coelho, admitiu ontem à noite, tal como o Adolfo Mesquita Nunes aqui bem enunciou, que pelo menos todo o burburinho criado servira para separar as águas. O PSD precisava de espaço e mexer na CRP, mesmo que tenha sido apenas para abrir a roda naquelas noites em que a pista parece lotada, foi a ferramenta ideal.
Pedro Passos Coelho vai ser Primeiro-Ministro e o que esta semana disse vai acompanhá-lo até ao governo. E quando o confrontarem com a necessidade de reformas profundas, mesmo que levem a convulsões sociais, vai poder dizer que não as poderá nunca aplicar por serem inconstitucionais.
É genial: levanta hoje pó, sem intenções de o limpar, deixa-o pousar e fará dele a sua melhor desculpa: "eu, há uns tempos, avisei e tentei!".