Dançam ao som da crise
As incertezas sobre quando serão chamados a governar e o estado em que encontrarão o país por essa altura, inibem quase por completo a euforia que o PSD possa sentir com estas sondagens. Neste momento a crise e e o agravamento que nela as eleições poderão causar são a desculpa perfeita para adiar esse momento até ao dia em que a curva económica se comece a inverter. Só aí a máquina laranja encherá o peito para reclamar o poder com a certeza que fará boa figura. Por enquanto, se puder evitar sujar as mãos no lodo, melhor. Resta saber quanto tempo, Sócrates, não tanto aquele que aumenta impostos - pois nesse aspecto PPC nem parece surgir como alternativa - mas aquele que diz hoje uma coisa e amanhã outra ou que hoje se vê envolvido num escândalo e amanhã noutra escuta ou sms, resistirá à falta de credibilidade e à imagem de desnorte que tem passado.
Daí que realmente tudo isto se trate de uma dança. A imagem não poderia ter sido melhor escolhida: PPC não desejando deixar cair Sócrates, dará uns passos à frente e recuará outros tantos, ao mesmo tempo que alimentará a, cada vez mais fraca, possibilidade de Sócrates se manter no poder. E este agradece e sorri-lhe.