O melhor amigo do político é o fait-diver
Eu quero lá saber de pedidos de desculpas. Não me interessa se Pedro Passos Coelho se sente uma prostituta suja e usada, corrompida pelo peso do "sentido de Estado" - como lhe queiram chamar - e se sente na necessidade de se dirigir àqueles que enganou com sonhos de "mudanças de paradigma" e revolução nas funções do Estado e da sua organização. Eu quero lá saber se PPC é capaz de prometer o sangue que MFL não tinha na guelra, se depois se mostra como um flop, bem ao estilo de Sócrates: um prometeu 150 000 empregos e desculpou-se com a crise. Outro prometeu votar contra o PEC e acabou por ir buscar o mesmo bode expiatório. Nunca antes uma crise serviu para tantos. Até para Cavaco.
Eu quero lá saber se Sócrates me deve um pedido de desculpas por todas as mentiras, erros de análise, voltas e reviravoltas que tem dado às custas do contribuinte. Esse pedido de desculpas não me acrescentaria nada ao bolso, não me traria melhores perspectivas de futuro, nem, por não ser amigo deles, melhoraria a nossa relação.
Por isso esqueçam quem deve o quê a quem, e todos esses fait-divers que apareceram, e tratem de ouvir e ponderar a opinião daqueles que exigem um valente corte na despesa ao invés de um aumento de impostos paralisador da economia.
Imagem gentilmente roubada do magnífico We Have Kaos In The Garden