As greves, o privado e o público
Não sendo daqueles de direita que ridicularizam as greves, a verdade é que também elas não me dão jeito. Nem a mim, nem ao país. Mas acho que a greve pode e deve existir como estratégia última de prossecução de objectivos e conquista de direitos.
Mas fosse o mundo como a esquerda o pinta e as greves seriam esmagadoramente mais frequentes no privado, pois esses "cães capitalistas, maiores a abusar dos mais fracos só assim perceberiam a falta que lhes faz mão-de-obra realizada e estimulada."
Mas não, a barbárie de greves espalhadas mundo fora vem sempre daqueles que contam com a ajuda dos sindicatos, dos partidos da esquerda, dos direitos e garantias adquiridos, no nosso caso, dos direitos de Abril, constitucionais, etc..
São sempre os trabalhadores do Estado, que têm a sua função mais protegida, incluindo aumento salarial analisado - na maioria, aumentado - anualmente, a paralisarem a sua entidade empregadora e, pelo peso que têm, a paralisarem outros trabalhadores e outras empresas alheias - tanto quanto possível - às suas reivindicações.
Têm dúvidas? Perguntem quantas greves existiram no privado por não haver, este ano, aumento salarial. Arrisco até mais: perguntem quantas greves existiram, por não haver, nos últimos dois a três anos, aumento salarial e ficarão a perceber o espírito que se vive de um lado - no privado - e do outro - no público -.