A bipolaridade do Estado Social
É por aqui que as pessoas julgam o governo como "desnorteado". Quando o vêem assumir com convicção a máxima socialista de que temos de estar junto com a população a suportar-lhes as dores, custe o que custar, pese embora ao contribuinte que já está esfalfado, etc.etc, porque é esse o dever do Estado de proteger tudo e todos e sustentar-lhes a crise, etc., etc. ,custe o que custar, e que o Estado, como Alá, é grande e dá emprego, saúde, desenvolvimento, auto-estradas, TGVs, Aeroportos, custe o que custar, etc., etc. e que não se pode deixar cair BPNs nem as suas dívidas e há que injectar lá fundos, custe o que custar, etc., etc. sem fazer as contas e que há é que remodelar as escolas e equipá-las com alta tecnologia custe o que custar, etc., etc., porque - ufa, estava a ficar sem fôlego - amanhã nasce o novo homem e será socialista. De "desnorteado", dizia eu e apelidam tantos outros, porque no dia seguinte, lembra-se que a crise está aí, que o Estado tem de ser mais eficiente e tem optar por uma política com serviços de qualidade e que se o número de doentes não o justifica então há que fechar as urgências porque o dinheiro não chega para tudo.