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República do Caústico

Pulso e uma mão cheia de mimo

09.03.10, João Maria Condeixa

Quando era mais novo, longe da figura alta e espadaúda que entretanto também teimei em não ser, constituía um formato apetecível para as mãos dos bullies ou rufias do meu tempo. Não era "caixa-de-óculos", mas era um pequeno-pónei. Não era sopinha de massa, mas o ar de betinho penteadinho mesmo ao jeito de um "calduço", ninguém mo tirava. Não era um "Nerd", mas o epíteto de "João Maria" dava azo a iguais troças e cruéis brincadeiras,

Mas sobrevivi à escola pública como a maioria de "nosotros".

Lembro, no entanto, um episódio com um rufia de bairro que me importunava, sistematicamente, até ao dia em que me "gamou" o meu yô-yô black russel five stars que eu tinha ganho num campeonato da modalidade!

Lavado em lágrimas por tamanha injustiça, vejo accionado, assim que chego a casa, um alarme materno que me salvaria daquele bullie de palmo e meio, que as únicas coisas que tinha a mais que eu eram dez quilos no peso e já uma penugem mal semeada, vulgarmente conhecida por "buço". Como vos digo, foi a minha própria mãe tratar do assunto pondo aquele terrorista malcriado na ordem e explicando-lhe que o meu irmão mais velho, que estava atrás dela, iria ficar atento no caso dele se prestar a qualquer manobra vingativa.

Não tendo ficado na altura fã da atitude da minha mãe - as vergonhas de pré-adolescente são tão ridículas - reconheço hoje em dia que lhe devo o fim daquele pequeno martírio.

 

E serve isto como resposta, Tiago. Não vivo inebriado pelas linhas do João Miranda - nem sobre este assunto, nem sobre outros tantos - e confesso que as respostas extremistas são as piores que se podem dar. Não podemos fingir que nada se passa, como ele faz, nem podemos andar por aí a apaparicarmos com psicopedagogias cada problema de que ouvimos falar, como receio que tentes fazer. A solução mora nesse cliché: a família. Mais precisamente numa família atenta e interventiva, mas também numa escola que pelo seu dinamismo natural possa enturmar todos os alunos tentando diminuir guetos, grupos e putos rebeldes. Sim porque a maioria, não são mais que isso: putos rebeldes a precisarem de pulso e de outra mão cheia de mimo!

2 comentários

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    joão seabra

    19.03.10

    Acho engraçado que se comente estes casos recentes de bulliyng e se fale logo na etnia cigana quando á maior parte destes casos são praticados por miudos da sua etnia que não têm em casa o minimo de educação nem de ética comportamental.Portanto seu ignorante pois o sr. não pode ter outro nome a etnia cigana não serve de bode expiatório para este tipo de casos. pense e repense nas suas afirmações , pois o meu filho ainda há tempos defendeu um colega que não era cigano que estava receber pressões de outros miudos não ciganos, na escola que frequenta tendo recebido por parte dos pais deste miudo vários agredecimentos portanto existe sim violência nas escolas mas praticada por "animais" da sua etnia(branca).
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