Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

República do Caústico

Pulso e uma mão cheia de mimo

09.03.10, João Maria Condeixa

Quando era mais novo, longe da figura alta e espadaúda que entretanto também teimei em não ser, constituía um formato apetecível para as mãos dos bullies ou rufias do meu tempo. Não era "caixa-de-óculos", mas era um pequeno-pónei. Não era sopinha de massa, mas o ar de betinho penteadinho mesmo ao jeito de um "calduço", ninguém mo tirava. Não era um "Nerd", mas o epíteto de "João Maria" dava azo a iguais troças e cruéis brincadeiras,

Mas sobrevivi à escola pública como a maioria de "nosotros".

Lembro, no entanto, um episódio com um rufia de bairro que me importunava, sistematicamente, até ao dia em que me "gamou" o meu yô-yô black russel five stars que eu tinha ganho num campeonato da modalidade!

Lavado em lágrimas por tamanha injustiça, vejo accionado, assim que chego a casa, um alarme materno que me salvaria daquele bullie de palmo e meio, que as únicas coisas que tinha a mais que eu eram dez quilos no peso e já uma penugem mal semeada, vulgarmente conhecida por "buço". Como vos digo, foi a minha própria mãe tratar do assunto pondo aquele terrorista malcriado na ordem e explicando-lhe que o meu irmão mais velho, que estava atrás dela, iria ficar atento no caso dele se prestar a qualquer manobra vingativa.

Não tendo ficado na altura fã da atitude da minha mãe - as vergonhas de pré-adolescente são tão ridículas - reconheço hoje em dia que lhe devo o fim daquele pequeno martírio.

 

E serve isto como resposta, Tiago. Não vivo inebriado pelas linhas do João Miranda - nem sobre este assunto, nem sobre outros tantos - e confesso que as respostas extremistas são as piores que se podem dar. Não podemos fingir que nada se passa, como ele faz, nem podemos andar por aí a apaparicarmos com psicopedagogias cada problema de que ouvimos falar, como receio que tentes fazer. A solução mora nesse cliché: a família. Mais precisamente numa família atenta e interventiva, mas também numa escola que pelo seu dinamismo natural possa enturmar todos os alunos tentando diminuir guetos, grupos e putos rebeldes. Sim porque a maioria, não são mais que isso: putos rebeldes a precisarem de pulso e de outra mão cheia de mimo!

2 comentários

  • Sem imagem de perfil

    Glória Coelho

    11.03.10

    Olá, eu concordo com a Arev e com todos os outros que como pais devemos proteger os nossos filhos e colocar essas pessoas em seus devidos lugares. Acho que deveriam queixar-se a PSP, logo que este "pai cigano" foi entrando pela escola a dentro. Acho que deveria ser dado o acto de flagrante e ele nem teria tido hipótese de ir buscar os cães.
    O problema é que muitas vezes esses praticantes de "bullying" sofrem agressões em casa. E acho dever da escola colocar a esses uma ajuda profissional. E os pais deveriam ser chamados por uma orientadora pedagoga ou psicóloga e se não resolvesse; denunciaria a algum órgão de protecção ao menor!
    Mas eu como mãe digo vos que seja cigano, ou de que etnia for, agredir a uma filha minha; vai ajustar contas comigo! Nem participo a escola! Que em muitos casos, nada faz! Eu mesma vou lá ter com o delinquente.
  • Comentar:

    Mais

    Comentar via SAPO Blogs

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    Este blog tem comentários moderados.