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República do Caústico

Dos votos que batem na urna

01.03.10, João Maria Condeixa

Em proporção a outros países da Europa, de maiores dimensões, Portugal tem deputados a mais. Cenário este que é agravado em termos qualitativos, por quanto vão crescendo os grupos parlamentares. Da esquerda à direita, quanto maior for o crescimento, a partir de determinado nível, como todas as entradas que se dão são de reservas, piora a qualidade individual de cada deputado e o espaço de intervenção que lhe é reservado para crescer. Generalizando, é isto que acontece, o que leva a que os eleitores, que olham também para o panorama global, não se revejam naquelas filas mais atrás que adormecem vítimas de pouca utilidade. 

 

Se juntarmos a isto, a vontade do eleitorado em aumentar a sua participação directa, que tem sido ignorada nos últimos anos e sobretudo atraiçoada (o exemplo serve para toda a Europa) dependendo dos resultados obtidos nos referendos, é natural que se classifiquem os portugueses como democratas insatisfeitos.

 

Mas diria mais, equivocados nas escolhas que fazem, por culpa própria, por razões históricas, clubismos ou razões de empregabilidade, o eleitorado foge do seu enquadramento sendo que "as maiores diferenças são no PSD. Os deputados "laranja" estão mais à esquerda do que o seu eleitorado." . Este facto promove ainda mais a insatisfação que o estudo parece apontar e deixa claro, pelo exemplo dado, o potencial de crescimento para o CDS-PP ao conquistar o seu eleitorado natural. Mas terá de o fazer rapidamente, pois se o caminho for a de redução do nº de deputados como aponto lá em cima, o CDS da guerra com os deputados de reserva das grandes massas socialistas e social-democratas poderá, injustamente, sair perdedor.