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República do Caústico

OE2012: do corte na despesa

17.10.11, João Maria Condeixa

No dia em que é anunciado um corte de 30% nos salários das Empresas Públicas, o Primeiro-Ministro é posto, por estas mesmas razões - pasme-se! - no "vermelho".

 

Pediram-se cortes, gritava-se pelos cortes, tardavam os cortes e eis que chegados a eles, berra-se contra os cortes! Por acaso já previa isto.

 

Da mesma forma que já previa que aqueles que vociferaram contra a TSU, passassem a ser dela os seus maiores adoradores. Queixam-se agora dela ter permanecido inalterada, esquecendo que, sem onerar a Segurança Social, foi encontrada uma solução que visa, tal como era pretendido, diminuir os custos de trabalho para as empresas. Em vez da descida da TSU ser convertida em carros novos para o "patronato" aumentou-se em meia hora o dia de trabalho conseguindo diluir os custos e aumentar a competitividade.

 

Nada poderá ficar como antes se querem que os cortes - como até aqui tem acontecido - não sejam mera maquilhagem. Ou se corta realmente na despesa com vista à consolidação das contas públicas ou se aumentam impostos ou então, não se respeita o acordo com a troika e aí nem salários se pagam por não haver dinheiro para isso.

 

Parte deste Orçamento de Estado, no que à despesa diz respeito - que devia ter sido feito no PEC I, em vez de com optimismo se ter preferido ignorar a crise e os erros de um país, o que agravou e muito a factura - é o que se mandou em Dezembro passado, por carta, ao Pai Natal. Não nos queixemos agora do que pedimos.

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