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República do Caústico

O fetiche do voto do betão

03.10.11, João Maria Condeixa

O que Alberto João Jardim fez, o PS e José Sócrates e os últimos governos em Portugal também fizeram, indo para além das suas possibilidades, gastando para lá daquilo que produziam, hipotecando, sem olhar a um crescimento sustentável, o futuro que se avizinhava.

Com isto não pretendo defender AJJ - aliás, se interessados houver, bastará verem posts anteriores sobre a questão da Madeira para perceberem que estou longe de desculpar o senhor -  mas a verdade é que ele não fez o que outros não tenham também feito. Só que, como ouvi bastantes vezes em novo: "com o mal dos outros posso eu bem!". Portugal não pode continuar por este caminho, por muitos ou poucos, que o pratiquem. Por muito irrelevantes ou importantes que sejam os arautos keynesianos, Portugal não pode voltar a gastar para lá das suas possibilidades.

 

Mas a última palavra cabe ao povo, ao eleitorado. E o povo não gosta de ser contrariado e perante cavalo dado não olha o dente. Razão pela qual não estranhe, nem questione, o crescimento exacerbado, a parafernália de obras públicas, a pertinência do investimento. Conquanto for vendo obra feita, para ele, eleitorado, está tudo bem. Mesmo em casos limite, como foi o de Isaltino, em que o PSD lhe retirou - e bem - a confiança política e o eleitorado - mal - o reelegeu. O eleitorado tem um fetiche para o voto do betão. Mesmo que este lhe venha a sair caro.

 

O eleitorado prefere adiar sacrifícios e, como Alberto João Jardim, pagar mais tarde. Mesmo que isso represente uma factura bem mais cara.

Só que esse comportamento, seja no continente ou nas ilhas, já devia ter os dias contados faz tempo.

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