4 diferenças sobre a "austeridade"
A diferença entre o governo antecipar um novo plano de austeridade, face ao que está a acontecer na Grécia, e a PECmania em que tinha caído o anterior governo que de PEC em PEC ia tentando remendar a situação, está em 4 simples pontos:
a) antecipação da crise - o PS trouxe-nos até este ponto, em grande parte por ter ignorado a crise internacional. Esse não pode ser o caminho, pelo que há que agir de imediato face aos sinais que se vão colhendo.
b) execução - um dos calcanhares de Aquiles do governo anterior foi a incapacidade de execução das medidas a que se propunha. Ao não executar, deixaram que o problema se fosse agravando e diminuiram a sua credibilidade, expondo Portugal, ainda mais, à acção externa.
c) vontade de resolver em definitivo - cada PEC, cada remendo. Nunca se ia mais longe ou mais fundo - não confundir isto com aumentar impostos -, pelo que o remédio nunca era santo. Quanto mais este governo antecipar e tiver a coragem de reformar, mais curativo será e mais rápida a recuperação.
d) Receita - a solução sempre foi única: aumentar impostos ou cortar prestações, sem que nada em paralelo fosse feito para controlar a despesa. Esta antecipação das medidas de austeridade recaem, essencialmente, sobre a reforma estrutural do Estado e o pacote de privatizações. O tal ir "mais longe, mais fundo". É bem diferente.