Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

República do Caústico

Reforma e para ontem

09.08.11, João Maria Condeixa

Perante a ameaça de uma nova crise mundial - se é que saimos da de 2008/2009 - , importa mais do que nunca reformar e reestruturar um país para se preparar para um embate na balança comercial com a diminuição das exportações. O que aí vem não é macio:

 

se por um lado sofremos cortes no crédito com os cortes no nosso rating e nos embrulhamos na nossa (in)sustentabilidade financeira, por outro passamos as passinhas do Algarve sempre que os outros sofrem cortes nos seus rating e diminuiem as importações, como comportamento de retracção económica.

Quando não se tem rating, não é líquido que a quebra de rating dos outros nos seja benéfica. Nem sequer para efeitos de "vingança bairrista".

O que aí vem não é mesmo macio.

É assistencialista e coiso e tal....

07.08.11, João Maria Condeixa

Pegou moda chamar ao PES - ao Programa de Emergência Social, não ao Pro Evolution Soccer, bem entendidos - coisa assistencialista. Na falta de melhor, alvitra-se um palavrão ideológico e está a crítica feita. O rol de medidas não sofre beliscadelas, mas o Sidónio é chamado à baila sem sequer se lembrarem - ou mesmo saberem - que aquela foi uma resposta pós-guerra num tempo em que o Estado que hoje conhecemos não existia e que por isso pouco ou nada tem a ver, mas que chegou a uns quantos estômagos famintos - que de ideologia pouco se alimentavam -.

 

Em política, não conseguir antecipar o futuro, não o querer antever ou ignorá-lo paga-se caro. Foi isso que aconteceu com o encolher de ombros a que assistimos durante uns anos. Atitude essa que valeu a que hoje muitos precisem de uma resposta extraordinária, resultante da articulação com todas as forças - que sirva de complemento ao que o Estado sozinho já consegue dar -, e que se acautele, com ainda mais atenção, o que o futuro próximo possa guardar. Ignorar sinais externos seria um erro. Ficar refém de grilhetas ideológicas seria prejudicial. Racionalizar, combater o desperdício e aumentar a eficácia torna-se um imperativo.

 

Com o PES, o Estado e as suas respostas não deixam de existir. As tias e a sua caridadezinha não passam da capa da CARAS para o substituir. Mas antes é reconhecido e valorizado quem sabe do ofício: as IPSS, as Misericórdias e as Mutualidades. Dizer o contrário é afrontar anos de meritório trabalho destas instituições.

Pág. 3/3