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República do Caústico

A sustentável leveza do Ser

20.08.11, João Maria Condeixa

O monopólio - inexistente - das IPSS preocupa a CGTP, mas os do Estado - e são tantos e reais - já não! Os correios já não os deixa assim, nem a rede eléctrica nacional, nem os caminhos de ferro ou sequer a linha por onde lhes chega o telefone ou a televisão mais cara do que seria suposto caso a concorrência fosse efectiva.

 

Neste artigo do Público consegue-se perceber que a continuidade das respostas sociais não deixa de estar garantida só porque o Estado está menos presente. A sociedade tem, em muitos casos, capacidade para se fazer substituir a ele, dando uma resposta mais eficaz e aumentando a sustentabilidade de todos. E o Estado tem de ter a humildade para o reconhecer. O mesmo que, com maior facilidade e menos preocupação, pode acontecer noutras áreas para lá da social.

 

Se o Estado-social tem capacidade para se tornar mais leve sem que o país perca com isso, o Estado-empresarial ainda mais. E com um imperativo e urgência maiores.

Silly season

19.08.11, João Maria Condeixa

Passo pela SIC e o tema do programa da Dona Júlia é "a minha terra tem nome de...comida". Felizmente quando todos aqueles eruditos de oculinhos de massa e ferve intelectual subirem a Norte, a televisão voltará ao que era e ganhará novo alento, dedicando-se, em quase exclusivo, à bola e à novela, essas duas receitas que tão distantes estão desta paupérrima discussão.

 

Deixaremos de discutir se "Carne Assada" é uma terra do concelho de Sintra para discutirmos coisas importantes como a substituição do Izmailov aos 83 minutos. Deixaremos de ver pessoas sentadas de pernas penduradas e barriga saliente a falar na TV sobre o drama de ter uma terra com nome de "Chispalhada" para passarmos a ver proeminentes barrigudos  de cachecol do clube do coração a discutir que o "cab** do árbitro tá comprado!" enquanto a mulher, ou esposa - tanto faz - ficou em casa a tentar perceber por que raio a Nyreide pregou um par de patins ao Gérsom depois deste a ter traído com a Viviane.

 

Agora a sério, a silly season é só um agravamento daquilo que já se sente o ano inteiro, não é?

Visão de longo prazo e a falta que ela nos faz

18.08.11, João Maria Condeixa

Há famílias que vivem sempre em crise e que por isso adiam eternamente soluções de investimento que lhes aliviem as despesas correntes.

 

A família Estado - que às vezes se vai esquecendo que é descendente do Zé Povinho - é disso maior exemplo. Embora seja a maior proprietária de imóveis em Portugal, muitos dos quais resultantes de doações com indicações específicas do uso a dar, não foi capaz de encontrar tempo ou dinheiro para se mudar de um imóvel arrendado para um que lhe pertença. Por isso, ao mesmo tempo que arrenda monstros, tem por outro lado imóveis seus a cair ou subaproveitados. Claro que a coisa obriga a um investimento, a remodelações físicas, a obras e dores de cabeça, a empate de capital e a levantar pó e a arredar cadeiras. Mas pelo menos ficaria com uma coisa sua, arranjada e apropriada aos seus interesses, em vez de arrendar a terceiros deitando, como se costuma dizer, dinheiro à rua.

 

O retorno a médio-prazo, mesmo que fosse a longo, estaria garantido. Mas tal como aquelas famílias que eternamente vão adiando decisões deste género, o Estado vê-se, agora sim, com a necessidade premente de poupar e de cortar nas despesas mas com a impossibilidade ou falta de fundos para investir e o fazer.

 

Faltou-nos sempre visão de longo prazo. Por isso gastamos 57 milhões de euros por ano em imóveis arrendados. Ao próximo balão de oxigénio talvez fosse importante pensar nisto.

O que é meu é MEO!

12.08.11, João Maria Condeixa

Já tenho pouco tempo para arrumações, não preciso da ajuda da MEO.

Cada vez que oriento a ordem dos canais de cá de casa, lembra-se a minha operadora televisiva de introduzir uns canais de apresentação pelo meio. Que ainda por cima não funcionam ou então que desaparecem com o badalar da meia-noite. Os primeiros foram os canais clubísticos, depois os dos reality shows, depois o dos gordos, o das corridas de toros, o da caça, enfim, tudo lhes vai servindo para desordenarem a minha lista de canais que tanto trabalho me dá a compor.A cada um que aparece lá vai a Fox parar aos confins ou o AXN parar a Beja. Tenho ideia que o pacote de canais é MEO e não é VOSSO para andarem assim a pôr e dispor dele!

 

Acabei de os ordenar. Let's keep it this way, okay? Ou da próxima vez vêm cá vocês arrumá-los!