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República do Caústico

Empresas municipais em dia de legislativas

05.06.11, João Maria Condeixa

Sócios, sei que estão concentradíssimos a seguir este domingo eleitoral, mas convinha que dessem uma vista de olhos num artigo do Expresso no caderno de economia sobre empresas municipais. Como não tenho a certeza que sigam todos esta minha recomendação - percebo e não vos censuro, pois era o que faltava fazerem tudo o que vos peço. Nem eu faço isso a mim próprio - deixo aqui alguns pontos importantes:

 

Existem 286 empresas municipais e das 280 analisadas - gostava de saber que 6 ficaram de fora - 117 deram prejuízo. Prejuízo esse no valor total de 70,3 milhões de euros. Se pensarmos no custo de oportunidade ao ter este tipo de empresas no Estado e não à mercê da iniciativa privada, então pior ficamos.

 

Estas empresas representam 0,29% do emprego em Portugal, ou seja, aproximadamente, 13 137 de trabalhadores. Arriscaria a dizer que destes, só cerca de meia dúzia serão apartidários ou trabalhadores não sindicados em partido do poder camarário.

 

Algumas empresas são tão boas, tão eficientes, que nem precisam de trabalhadores. Por isso esqueçam aquele argumento de que existem apenas para maquilhar as contas e dívidas municipais.

 

E como prova de que a sementeira de boys locais é tão boa no PS como no PSD, fica o registo para memória futura de que foram os sociais-democratas a criar mais empresas (139), seguidos pelo PS (89) em contraponto com o CDS (1) e que por sinal até vos posso dizer que dá lucro. Desculpem este remate partidário, mas o orgulho falou mais alto.

 

Agora vou ali votar e já venho.

O sábado aleluia e o dia de reflexão

04.06.11, João Maria Condeixa

Se no sábado aleluia quase todos sabem que Cristo ressuscita no dia seguinte, mas ainda assim carregam um ar prostrado e de luto, como se não adivinhassem o dia de amanhã, no dia de reflexão quase todos sabem o seu sentido de voto, mas insistem em dizer que têm de pensar, ponderar e avaliar os prós e os contras. Ainda que o voto seja no seu clube de sempre. Diga-se que são dois dias, sobretudo se levados ao exagero, um bocado desnecessários.

 

Se não se importam vou ali à praia. Reflectir, pois claro!

Vamos ter saudades deste ministro

03.06.11, João Maria Condeixa

Era uma espécie de oráculo para José Sócrates (e vice-versa): quando olhávamos para ele sabíamos que roupa iria vestir o Primeiro-Ministro no dia seguinte (e vice-versa); quando o ouvíamos sabíamos o que nos ia dizer o Primeiro-Ministro no dia a seguir (e vice-versa ); quando o víamos na defensiva era porque o Primeiro-Ministro tinha feito asneira (e vice-versa); quando o víamos desmentir uma notícia era porque o PM tinha mentido no dia anterior (e vice-versa); quando falava sobre o freeport era porque a nuvem se adensava sobre o José Sócrates (e vice-versa); quando o ouvíamos na rádio ficávamos com a ideia que era o PM que estava a falar (e vice-versa).

 

Até ao seu aparecimento só se tinham registado duplas personalidades de um mesmo corpo, este foi o seu inverso: uma única personalidade a viver dois corpos. Vai deixar saudades.

E ainda pede o voto aos portugueses..

01.06.11, João Maria Condeixa

Os partidos quase não falaram do memorando durante a campanha. Fugiram dele como o diabo da cruz, como se não tivessem de o executar. Foi de todos, sem excepção, a grande falha. Mas houve um partido que falou menos que os outros, ou antes, falou, mas sempre que o fez faltou à verdade, ou seja, é como se tivesse falado em valor negativo.

 

O PSD e o CDS, pouco falaram, mas quando o fizeram acrescentaram conhecimento esclarecendo o país e os portugueses. O PS, mais concretamente José Sócrates, sempre que o fez roubou-nos conhecimento,  ludibriando cada um de nós. Basicamente o que tem feito no governo até hoje sobre as contas públicas.

 

A pergunta é: e ainda tem o descaramento de pedir o voto aos portugueses?

A desfaçatez dos últimos dias

01.06.11, João Maria Condeixa

O tempo de antena do PS é farto em ideias para o país. Fala em preservar a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde. Não diz como, nem a que custo, mas isso não interessa nada: as miss Universo também querem sempre a paz no mundo e nunca explicam como lá chegamos e acabam por ser eleitas.

 

Além de que estes temas servem de pretexto para atacar o PSD, esses neo-liberais-radicais-sociais-democratas-coisa-que-não-combina-nada-nem-faz-sentido-mas-que-é-o-único-argumento-de-campanha-de-José-Sócrates.

 

E como a Educação e a Saúde representam tanto e estão tão bem explicados, o resto do tempo de antena pode muito bem ser a bater, para variar só um bocadinho, nos outros: na culpa do PSD, na irresponsabilidade da oposição, na inexperiência de PPC, nas propostas incoerentes e irresponsáveis da oposição, etc..

De resto, nada que espante muito, pois Sócrates tem construído toda uma campanha baseada nos outros: naquilo que fizeram, que propõem e sobre o que disseram. Nisso e em apanhar chuva, Sócrates tem sido imbatível, pois de resto, de concreto para o país nada apresenta desde o PECIV!

 

E apesar deste comportamento gratuito e insistente, António Costa ainda acha que é o PS o único partido capaz de promover a união, o entendimento e o compromisso. Dizer isso e que "só o PS saberá consolidar as finanças públicas" é viver vítima de cegueira partidária e de um descaramento atroz. Será que é capaz de o fazer na quadratura do círculo sem temer que os outros dois lhe caiam em cima ou se desmanchem a rir?

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