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República do Caústico

Diz-me quanto vales, dir-te-ei quanto hás-de pagar

30.06.11, João Maria Condeixa

Dêem uma folhinha de Excel com o cálculo dos custos de mão-de-obra aos que dizem que a redução da TSU não serve às empresas para ver se passam a perceber o que está em causa. Só para terem uma noção em quanto onera o Estado a empresa por trabalhador, antes de rejeitarem qualquer número que venha a ser avançado.

 

Isto já é antigo mas fica como exemplo:

 

A redução das contribuições para a Segurança Social em três pontos percentuais, nos trabalhadores com mais de 45 anos, permitirá às micro e pequenas empresas abrangidas (cerca de 200 mil) uma redução média anual de 331 euros por funcionário.


E se a empresa se desafogar, pode até reencaminhar esse desafogamento para o empregado, pode conseguir recrutar mais ou melhorar a sua competitividade para se manter, como se costuma dizer, na mó de cima! Têm a certeza que isto não serve a ninguém?

 

Mas como não é uma descida "gratuita", deverá ser bem acautelado o outro lado prato da balança. E é isso que está em estudo. Por isso, antes de se porem tão veemente contra - como vi ontem à noite a JAD - deixem essa rapaziada estudar, que há quem esteja concentradíssimo nesse assunto, sócios!

4 diferenças sobre a "austeridade"

27.06.11, João Maria Condeixa

A diferença entre o governo antecipar um novo plano de austeridade, face ao que está a acontecer na Grécia, e a PECmania em que tinha caído o anterior governo que de PEC em PEC ia tentando remendar a situação, está em 4 simples pontos:

 

a) antecipação da crise - o PS trouxe-nos até este ponto, em grande parte por ter ignorado a crise internacional. Esse não pode ser o caminho, pelo que há que agir de imediato face aos sinais que se vão colhendo.

 

b) execução - um dos calcanhares de Aquiles do governo anterior foi a incapacidade de execução das medidas a que se propunha. Ao não executar, deixaram que o problema se fosse agravando e diminuiram a sua credibilidade, expondo Portugal, ainda mais, à acção externa.

 

c) vontade de resolver em definitivo - cada PEC, cada remendo. Nunca se ia mais longe ou mais fundo - não confundir isto com aumentar impostos -, pelo que o remédio nunca era santo. Quanto mais este governo antecipar e tiver a coragem de reformar, mais curativo será e mais rápida a recuperação.

 

d) Receita - a solução sempre foi única: aumentar impostos ou cortar prestações, sem que nada em paralelo fosse feito para controlar a despesa. Esta antecipação das medidas de austeridade recaem, essencialmente, sobre a reforma estrutural do Estado e o pacote de privatizações. O tal ir "mais longe, mais fundo". É bem diferente.

Próximo passo: largar a agência de viagens

22.06.11, João Maria Condeixa

Meio mundo histérico de alegria com o exemplo dado por PPC, que é meritório. Há muito tempo que os portugueses não viam um gesto nesse sentido - dos políticos serem compartilhadores das dificuldades vividas - e por isso espantam-se e batem palmas efusivamente. Em 24 horas vêem um a andar de Vespa e outro a passar de "cavalo para burro". Sinceramente, Portugal precisava deste tipo de sinais.

 

Mas a mim ainda me falta perceber por que raio precisa o Estado que seja a Top Atlântico a tratar-lhe dos bilhetes, se a TAP até é sua!

Alguém se lembra de Sócrates?

22.06.11, João Maria Condeixa

Mais impressionante que uma Montblanc não deitar tinta, é um ex-Primeiro-Ministro não botar faladura. Sócrates ontem na cerimónia da tomada de posse entrou mudo e saiu calado e ninguém se espantou com isso. O ex-PM malhou uns acepipes e de resto andou colado às paredes para ver se ninguém dava por ele. O momento de maior exposição foi mesmo indirecto, por via das filmagens que faziam à actual primeira-dama e que, em segundo plano, o apanhavam a ele. De resto, poucos quiseram saber dele e foi para o lado que o senhor dormiu melhor. No fim, todos os outros ex-membros do governo se pronunciaram, mas Sócrates preferiu sair de fininho, quase pelas portas dos fundos - e olhem que as portas dos fundos no Palácio da Ajuda são lá muito ao fundo! -.

 

Esta estratégia não é inocente. Sócrates quer sair da memória dos portugueses o mais depressa possível e o PS saberá ser conivente com esta atitude daquele que, neste momento, é uma péssima lembrança dos socialista junto do eleitorado.

 

Mas mal estará a democracia portuguesa se tão depressa se esquecer daquele que tantas vezes lhe mentiu para que ela lhe fosse favorável.

Ateísmos exacerbados

21.06.11, João Maria Condeixa

Hoje é o Solstício de Verão! 'Bora lá trocar presentes, reunir a família, enviar cartões de boas festas e comer bacalhau, tal como se faz no outro Solstício - o qual dizem ser a única razão para os festejos daquela época -, caso contrário ainda nos vão acusar de descriminação solstícia e isso já se sabe: a descriminação é uma coisa muito feia!

 

Este Solstício pode ser mais quente mas pode vir na mesma aquele senhor barbudo e casacudo que festeja todos os Invernos o alinhamento dos astros. Ele e a rena dele, que isso dos animais também é coisa que não pode ser descriminada.

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