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República do Caústico

Okupa, pá, que eu quero uma casa no Chiado com vista pró rio, pá!

25.05.11, João Maria Condeixa

Não é justo, na zona do Chiado as casas estão cada vez menos degradadas! Aparentemente estão a ser revitalizadas, recuperadas e reabitadas. E a preços altíssimos a que as pessoas se dispõem a pagar. E eu queria uma!

 

Isto do mercado ditar por onde quer ir tem de acabar. Tínhamos quase tudo para aquela ser uma zona barata: complicámos a vida ao arrendatário, desincentivámos o arrendamento, burocratizámos e inviabilizámos qualquer obra de recuperação pelo proprietário e agora que a JSD tinha uma proposta trotskista para a venda forçada de imóveis degradados ou abandonados para arrendamento a jovens - acho que podiam ter ido mais longe e proposto mesmo a "okupação"! - percebemos que no Chiado já está tudo a ficar impecável e habitado! E eu queria lá uma! E das baratinhas...

 

Sobre isto, aqui está a melhor frase que encontrei sobre o assunto: "dá sempre jeito criar dificuldades para vender facilidades." por André Azevedo Alves.

Devaneios sobre a campanha

25.05.11, João Maria Condeixa

Estava aqui a pensar que o acordo com a Troika tinha esvaziado a discussão sobre projectos e propostas políticas. Depois pensei um bocadinho mais - aparentemente é possível - e percebi que estava errado: esta não é uma campanha diferente!

 

Dificilmente se discutem as políticas longe dos fait-divers e é esse o tempero de uma campanha. Aquilo que lhe dá vida. Por isso a Troika não veio esvaziar nada e muito menos limitar discussões. Apenas veio comprometer programas com a sua execução, coisa que depois das últimas eleições se previa dificil de conseguir. Aquilo a que hoje se propõem, terão minimamente de cumprir. E puff lá se foram os outdoors das metas folclóricas!

Se repararem bem só aqueles que não se comprometeram com a Troika (BE e PCP) é que têm objectivos surreais espalhados em letras garrafais pelo país. São eles os demagógicos destas eleições e superam largamente a promessa dos 150 000 empregos de José Sócrates.

 

Mas dizia, de resto tudo se manteve. Entre empurrões, vitupérios e epítetos menos próprios, lá se vai discutindo aquilo que é de principal importância mas de somenos interesse para discutir no café ou à hora de almoço. Só que há um reparo grande a fazer: para que conste, nomeações ocultas e défices escondidos não são pormenores, mas antes a pegada de um modus operandi, de uma maneira de estar na política e de um perfil a que José Sócrates nos habituou. E isso é matéria de discussão e de julgamento na urna.

Apanhei Sol a mais..

18.05.11, João Maria Condeixa

A coisa mais surpreendente por estes lados não está no túmulo de Lenine - senhor que passou hoje por mim várias vezes - nem em nenhuma Matrioska - por maior que seja - nem nas esbeltas pernas das senhoras russas, que insistem em usar saltos altos até ao rabo e cintos tão estreitos quanto o meu. Está na exposição solar. Aqui isso compreende, por esta altura, 19 horas de Sol, pois o Astro acorda às 3 e pouco da madrugada e põe-se às dez e muito da noite. Uma brincadeira que sabia em teoria mas que na prática se mostra mesmo surpreendente.

 

Imagine-se agora o Sol da meia-noite..

Vou a caminho, Camaradas!

17.05.11, João Maria Condeixa

 

Vou só ali num pé a Moscovo e volto noutro. Digam ao camarada Jerónimo que lhe trago uma Matrioska e umas fotografias de telemóvel para ele se aperceber que até aquele mundo mudou. Quanto ao meu voto estejam descansados: a não ser que o túmulo de Lenine tenha uma maldição, está definido faz tempo e não pende para os lados do morto..

 

O cluster ministerial do PSD

16.05.11, João Maria Condeixa

E como ontem era domingo e nem estava bom tempo nem nada, lá me fui enfiar noutra blogconf. Desta vez com Pedro Passos Coelho na vez de candidato a PM a responder às perguntas (in)cómodas da rapaziada da blogosfera. Isto é sempre assim: somos uns rebeldes na blogosfera, mas uns anjinhos no frente-a-frente.

 

Acredito que José Sócrates ainda esteja a resolver os problemas técnicos da última que, se bem se lembram, acabou por não passar em directo. Esta, pelo que ouvi dizer, passou, o que era já de si um argumento aproveitável por PPC para atirar à cara do opositor, mas talvez não o tenha feito com medo que Catroga classificasse o assunto como "menor". Mas vamos ao que interessa e ao que me deixou intrigado na resposta que recebi:

 

O PSD pretende que um mesmo ministro - sem fusão de ministérios - tenha sob sua tutela directa as pastas da Agricultura, Pescas, Ordenamento e Ambiente. E um dos argumentos usados foi que assuntos conflituantes - o exemplo do Ambiente vs Agricultura não foi mal dado, pois de facto existe e é muitas vezes um grande entrave para qualquer das partes - poderiam passar assim a ser resolvidos por uma só pessoa. 

Ora vamos ao erros que encontro nesta lógica:

 

1) Com um Ministro a acumular funções, sem que exista uma fusão em concreto, pouco ou nada se poupa, pois o grosso da despesa continua a existir. Assim, sobrecarregou-se uma pessoa, um gabinete, mas em termos de ministérios tudo se manteve. Lá se foi o argumento da poupança.

 

2) Com um mesmo Ministro a gerir assuntos que entrem em conflito teremos sempre uma parte prejudicada, pois no Conselho de Ministros há espaço para a negociação e um Ministro pode encontrar o seu contrapoder. Mas se a decisão lhe cabe exclusivamente a si, isso não acontecerá e temo que saia, tendencialmente, um sector beneficiado, nem que seja por empatia, em detrimento de outro.

 

3) Qualquer um dos sectores tem especificidades únicas. Se nunca entendi porque raio se colocam as "Pescas" no Ministério de Agricultura não seria agora que entenderia que fossem agrupadas neste cluster ministerial junto com o ambiente e ordenamento do território. Alguém ficará esquecido.

 

4) Um Ministro da agricultura tem a seu cargo complicadas negociações a nível europeu e deverá acautelar as respectivas execuções. No momento em que se prova o atraso que o PRODER leva e o que isso tem custado ao tecido agrícola, sobrecarregar um Ministro não me parece a decisão mais acertada.

 

5) Por último e o ponto que interessa só a Sócrates: quem tomará conta das ventoinhas que fazem tão bem ao ambiente?

 

Obrigado ao Afonso pelo convite e ao Cachimbo de Magritte, Portugal dos Pequeninos, Adeus Lenine, Albergue Espanhol, O Diplomata, Miss Pearls e Corta-fitas pela companhia.

Ressuscitou mas evaporar-se-á

15.05.11, João Maria Condeixa

O PSD ressuscitou um morto político para tentar compensar a vantagem que Portas tirou do debate frente a Passos Coelho. Fernando Nogueira apareceu assim, sem ninguém saber muito bem donde e sem que consequências lhe possam ser imputadas, apenas para dar o recado a Portas de que "deverá baixar a bola!".

 

Quem está morto, não é atacado e ainda que o seja, dificilmente morre mais. Fantasmagoricamente desaparecerá como apareceu, agora que o serviço foi prestado.