Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

República do Caústico

Plano Nacional de Leitura

27.03.11, João Maria Condeixa

Não sei o que é pior: se é as pessoas não detectarem os erros ortográficos e o tom de um e-mail a ponto de desconfiarem da sua proveniência, se é, dando pela coisa, ainda assim admitirem que poderá ter vindo das finanças. Aqui fica o e-mail em causa:

 

“Caro(a) Cidadão

Encontra-se por liquidar o montante referente ao processo numero AS27183473. Pedimos que regularize a situação ou que nos forneça um contacto telefonico para quepossa-mos chegar á fala consigo.
Saiba os detalhes e referencia para pagamento do processo numero AS2718373 aqui http://www.e-financas.gov.pt/AS2718373.pdf. O não pagamento da mesma dará inicio aos mecanismos legais para boa cobrança.
Caso nao seja o portador desta dívida deverá reportar de volta para oscarmendes@min-financas.gov.pt”

Sócio, o FMI já cá está...

25.03.11, João Maria Condeixa

...e o seu correspondente é Paulo Futre, o homem que vai levantar a nação portuguesa e quiçá a sportinguista.

 

A estratégia não é muito diferente da de Sócrates, mas poderá ser igualmente proveitosa: o futuro-ex-primeiro-ministro angariava fundos na China em troca de dívida, Futre angariará sponsors indo buscar - sócio, por favor...'tou concentradissímo! - nada mais, nada menos que o melhor jogador chinês. Assim, "vai vir " charters todas as semanas carregados de 400 ou 500 pessoas enchendo museus, esplanadas, casas de prostituição, hotéis, expós 98s, casas de fado e algumas delegações do SEF. E o Sporting terá comissões sobre isso.

 

Assim se "alevantam" duas nações, sócio!

Os impostos causam dependência

24.03.11, João Maria Condeixa

Sabem o que eu vos digo? Que a maioria dos políticos portugueses e a comunicação social que os rodeia são impostodependentes. Não vivem sem pensar em impostos, estremecem no segundo em que se privam de uma boa discussão sobre o tema e têm erecções só de imaginar que vão mexer numa apetitosa taxa.

 

É um tema que os excita, bem sei, mas lamento informar que, tal como havia mais "vida para além do défice", também há mais soluções para além da subida de impostos. Podem não se conhecer as contas públicas - e admito que esse desconhecimento possa ser assustador e condicionar a apresentação de propostas - mas insistir, ainda para mais à primeira oportunidade, sempre na mesma solução, parece-me doentio.

 

Portugal precisa de um rehab fiscal. De alguém que esteja disposto a ir ao osso, a fazer uma cirurgia, em vez de tratar tudo com aspirinas pagas pelo contribuinte. Parem de imitar aquelas inspecções da tropa que tudo curavam com uma só receita: "tussa!" "diga 33!" "Duas aspirinas...próximo!"

As mentiras, foram as mentiras..

23.03.11, João Maria Condeixa

Estas são notícias de hoje de Espanha:

El déficit público de Portugal, que según los datos del Gobierno de Lisboa cerró 2010 por debajo del 7%, está en riesgo de ser revisado al alza por Bruselas. La razón, que no contabiliza los gastos derivados de la nacionalización del Banco Portugués de Negocios y las aportaciones con dinero del Estado en las empresas de transporte público. Según informan los medios locales, si se suman estas partidas, el dato final podría irse al 8,2% del Producto Interior Bruto del país.

[...]

La denuncia de Bruselas trae a la memoria el caso de Grecia, que mintió a sabiendas en sus cuentas públicas para ocultar un déficit que, finalmente, fue del 15,4% en 2009. Totalmente insostenible.

É por este tipo de mentiras que atravessamos esta crise política e não pela acção ou falta de colaboração da oposição. É por este tipo de mentiras que o senhor se demitiu e não pelas palavras de Cavaco Silva. É por este tipo de mentiras que os mercados, esses que vivem da confiança, se mantêm intransigentes e a aumentar o risco. É também por este tipo de mentiras que espero que não voltem a votar no senhor.

Como iludir o povo

23.03.11, João Maria Condeixa

 

Meu caro José Manuel Pureza,

 

isto de apagar a história e de a tentar reescrever com o intuito de poder apontar armas ao PSD ou à direita, na perspectiva de garantir votos para si nas eleições que se aproximam, é um acto de um purismo troskista de que se pode orgulhar. Eu sei que até lhe pode parecer estranho, mas esta crise política não é causada pelas medidas que o FMI impõe. Este governo cai por ter ignorado a crise e lhe ter tardado a responder; por insistir, teimosamente, no projecto do TGV ao mesmo tempo que corta os salários da função pública e estirpa fiscalmente os portugueses; por ter o mais baixo grau de execução de medidas anunciadas, de que assim de repente me lembro, o que abala por completo a confiança que nele se possa depositar; por ter respondido à crise a prestações e a cada PEC que anunciava ter jurado de pés juntos que seria o último - ao que parece Sócrates fazia figas atrás das costas.

 

Aquilo que hoje vivemos resulta de tudo isto e da acção de um primeiro ministro, que desejando ir a eleições, chutou a responsabilidade das SCUTS para cima do PSD provocando este e avançou com um PEC na Europa sem ter ouvido nenhum parceiro social, partido de oposição ou morador de Belém. Estas foram as gotas de água que cairam sobre a mentira, essa sim, a verdadeira razão para esta crise política e a queda do governo. Sim, a mentira!

 

E o senhor, ao dizer isto, também está a mentir. Veja lá não caia, também.

Pág. 1/4