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República do Caústico

E o Natal ganha novo sabor

24.12.10, João Maria Condeixa

(Igreja da Natividade - Belém - Território Palestiniano)

Descer o mercado em Belém, por entre toda a balbúrdia que os árabes lhes impõem, até chegar à Igreja da Natividade para depois descer em silêncio absoluto à gruta onde há 2010 anos terá nascido um menino chamado Jesus, modifica-nos por completo o Natal. Este ano o meu ganhou um novo sabor.

Feliz Natal!

A ver Cavaco vs Defensor Moura (2)

23.12.10, João Maria Condeixa

Desisto. Mudei de canal. Não gosto de Cavaco por várias razões, mas nenhuma se prende com a sua desonestidade. E ter que aturar as dores de um autarca quixotesco que, em vez de tantos erros, omissões e silêncios do actual Presidente da República, prefere trazer o caso da tenda e do concerto em Viana do Castelo como prova da sua falta de isenção e mácula, não é para mim. Tenho mais que fazer. Infelizmente Portugal tem demasiados Defensores Moura e eu estou farto de tanta bacoquice.

Filhos de ninguém

23.12.10, João Maria Condeixa

Milhares de funcionários públicos excluídos da ADSE. Concorde-se ou não com o sistema, o Estado, para não variar, está em incumprimento de obrigações, defraudando expectativas, apropriando-se de fundos que não lhe pertencem - uma vez que os descontos contemplam uma pressuposta compensação de serviços de saúde - e protelando, através de um jogo do empurra, respostas e soluções ao seu contribuinte, aquele que o sustenta.

 

Cerca de 10 mil pessoas foram transferidas do Ministério da Educação para 112 autarquias. Só que o Estado, marimbando-se em quem o suporta, antes de o fazer, não acautelou o devido entendimento. Isto é, Governo e autarquias, não chegando a entendimento sobre quem passaria a pagar a ADSE, avançou na mesma, sabendo de antemão que deixaria órfãos milhares de funcionários públicos em período de Inverno e carência financeira. Ora, como não existe nenhuma facilidade em constituir um plano de saúde alternativo e esses funcionários públicos estão totalmente dependentes do sistema, também ele, público, que fiquem com dentes podres, com glaucomas e ataques de asma enquanto, atirados das Câmaras para o Ministério e do Ministério para as Câmaras, aguardam que alguém lhes assuma a paternidade.

 

O importante é que continuem a pagar. Receberem o que lhes é devido, é secundário. Se fosse ao contrário queria ver.

 

PS- E ainda assim há aqueles que se orgulham de ser "filhos do Estado"!

Diferentes acordares

22.12.10, João Maria Condeixa

De barba aparada, roupa lavada, guedelha penteada, estancava hirto à minha frente, em intenso exercício matinal.

Ia rodando os dedos da mão direita fossas nasais acima, bem acima. Primeiro o indicador, pornograficamente penetrado até aos confins do que o seu septo nasal permitia, e depois o mindinho, mais curto, mas nem por isso menos eficiente na remoção de toda a tralha que tinha ficado da noite passada.

 

De repente, o resto do corpo ganha vida e move-se, cambaleando até à faixa amarela da linha do metro. Contrariamente ao que a sua figura fazia prever, o álcool enche-lhe o peito e alma e dá-lhe a intrepidez de um Huno. Não o suficiente, no entanto, para tomar aquele passo seguinte e travar a batalha com a carruagem do metro que se aproximara.

Recuou, trôpego, mas imediato. Soluçou. Resmungou consigo e com o mundo e acordou. Provavelmente para mais um dia de trabalho.

 

Eu juro que não sei como conseguem!