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República do Caústico

Relatos breves (3)

19.10.10, João Maria Condeixa

Os pequenos almocos de falafel tem-me feito bem. Estou rejuvescido e mais leve que a agua. Perguntem a quem me viu no Mar Morto!

 

Entretanto, aproveitem a oportunidade para perguntar onde fica Masada, para irem la assim que puderem. Se a parte historica e o exemplo daquele milhar de Judeus nao vos impressionar, garanto-vos que o calor, a altura e a aridez o farao! Nao sabem do que falo? Aqui fica. Inspirou, e bastante, o povo escolhido na altura da Guerra da Independencia.

Relatos breves (2)

18.10.10, João Maria Condeixa

Nao se assustem com o que veem na televisao. A Palestina nao e' pior, nem muito diferente de uma feira das galinheiras ou da antiga feira do relogio em Lisboa: suja, repleta de po' e cheia de rapaziada aos berros e 'as buzinadelas. De resto fui bem recebido, como e' qualquer pessoa que de resto se aproxime de um desses estabelecimentos comerciais dos feirantes!

Sair de la e passar pelo checkpoint foi mais enervante. Estou quase como o Pinheiro de Azevedo: nao gosto de uzis nem de M5s. E uma coisa que me chateia!

 

Disclaimer: este post nao e' uma tomada de posicao politica, meus senhores de esquerda. E' apenas a comparacao sociologica da coisa..

Relatos breves

15.10.10, João Maria Condeixa

Por aqui ja me vou habituando a armas a tira-colo, a miudas giras - algumas tambem com armas a tira-colo -, a uma estranha sensacao de plena seguranca e ao mix de religioes. Dependendo por onde se entra na cidade antiga de Jerusalem assim o mundo que nos e' apresentado muda! Gravar para memoria futura: em bairro onde e' proibida a entrada, dificil e' saber por onde fica a saida. Depois explico...

 

PS - este post nao esta' escrito segundo o novo acordo ortografico. Este teclado tem e' 3 alfabetos pelo que nao ha espaco para essas esquisitices portuguesas que sao os acentos!

 

Shalom!

O macho latino de Lisboa

12.10.10, João Maria Condeixa

A personagem era tipicamente lisboeta. Deitado na marquesa do "psicólogo" Bruno Nogueira, os bigodes que falavam para a televisão, interrompidos pelos tiques que o álcool foi criando, deitavam cá para fora um dos estereótipos do macho de Lisboa.

Sim, porque no Ribatejo e Alentejo há Marialvas, mas por Lisboa há uma espécie não classificada que vive escondida na Madragoa, Alfama e Castelo e que, embebida em vinho carrascão, tenta esquecer aquilo que por infelicidade nunca conseguiu ser: um verdadeiro filho da mãe.

 

Eu explico: dizia o tal lisboeta que apanhava da mulher sempre que chegava a casa. Que levava verdadeiras sovas. E que já não conseguia "levantá-lo", mas o que gostava na vida era que lhe trocassem a mulher de quarenta e tal anos por duas de vinte. Ainda que lhe batessem também.

 

Para este senhor, vítima de violência doméstica e de morte neuronal, a felicidade e o apogeu do homem atinge-se nos antípodas da realidade que conhece, ou seja, quando é ele a diminuir, de preferência, uma "gajé boa comó milho", que não envelhece e que o adora a cada berlaitada que leva. E que quando o vê, entre outros machos lá na tasca, vem submissamente perguntar o que quer ele para jantar, esperando depois levar o apalpão da praxe perante a plateia de amigos. E nada disso a apoquenta, pois sabe que tem em casa um tigre na cama com a glande mais proeminente que alguma vez a humanidade viu e que só isso lhe basta para compensar os desvarios do latino alfacinha.

 

Este é o sonho dele. Como não o cumpre, nem em 1%, afoga-se no mosto fermentado do tinto. E como ele há ainda outros tantos que  também se dizem homens.