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República do Caústico

Sobre a morte das portagens e das portageiras

10.08.10, João Maria Condeixa
Ontem foi o dia em que as portagens morreram para mim. Até então vivi a imensa esperança de vir a encontrar um anjo da Victoria's Secret a pedir-me o talão, enquanto me perguntava de forma inteligente e simpática se podia voltar a passar por lá amanhã. Dirão que combinação tão perfeita é uma utopia. Dirão que a possibilidade de encontrar tal diva é microscópica e que a dela querer que eu lá voltasse nanoscópica seria. Mas eu vivia assim, na expectativa, sem via verde, e abrindo o sorriso à medida que me aproximava da cabine esverdeada.

 

Ontem apanhei um andróide rôxo de voz artificial, sem sensualidade nenhuma e que não me brindou sequer com o mau-humor atraente de quem está há horas a aturar rapazinhos que quando não encontram a tal ninfa, fazem género e deixam cair um lamentado "Boa tarde!". Após puxar da máquina o recibo, apercebi-me que o futuro era hoje e que nunca mais iria encontrar "a tal" numa qualquer portagem deste país.

 

Amanhã arranjo uma via verde!

 

Entretanto uns desejariam que esta evolução não se tivesse dado, com o objectivo de evitar despedimentos, esquecendo que foi por esse salto tecnológico que tantos outros empregos foram criados. O que hoje se destrói nascerá amanhã sob outra forma, noutro canto qualquer, desde que o país e as pessoas não percam o ritmo dos tempos, pois caso o percam, será bem pior!

E ei-los que até foram eleitos...

09.08.10, João Maria Condeixa

Tiago, a sugestão para procuradorável é de facto hilariante. Um meliante como PGR seria mesmo de rir, mas nem assim me convences que um Sindicato - e explica lá a quem te comenta que eu consigo dizer esta palavra sem incorrer num tripe raivosa - poderá ter mais competências que um PGR apenas porque foi democraticamente eleito por umas dúzias de senhores cultos, inteligentes e proeminentes. Por muito bons que eles sejam, eu não elegi nenhum deles como meu representante. Nem um!

 

O PGR não é nomeado por 3 partidos, como tentas passar, mas sim sugerido pelo Governo e nomeado pelo Presidente da República, que como é lógico - não há tanta falta de senso que leve ao contrário! - ouvirá todos os partidos com assento na AR. Em teoria, romântica q.b., o PR estará a receber as indicações dos portugueses, por intermédio de quem eles decidiram, por voto, que tivesse esse poder, sobre quem deverá vir a ser o próximo PGR.

 

 

Combate de Blogs

09.08.10, João Maria Condeixa
Ontem estive no Combate de Blogs, moderado pelo Filipe Caetano, com o Rodrigo Moita de Deus, o Tomás Vasques e o Tiago Mota Saraiva cujo sonho é ver o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público a votar de braço no ar ao estilo do PCP. O que lhes conferirá ainda mais legitimidade, pois claro! A não perder. Essa parte, e aquela em que eu falo de futebol sem me referir a mim na terceira pessoa do singular.

A verdade vem sempre ao de cima (3)

09.08.10, João Maria Condeixa

Lopes da Mota, ex-Secretário de Estado da Justiça de José Sócrates - então na presidência da Eurojust - alertou as autoridades portuguesas para a constituição de uma equipa mista, composta por portugueses e ingleses, de investigação ao caso freeport.

 

Cândida Almeida, que até então não queria para si o caso freeport, advoca-o de imediato para o DCIAP, impedindo a constituição da referida equipa.

 

Do Serious Fraud Office - um órgão de investigação do Estado Britânico - aparecem agora notas alertando que "os magistrados portugueses estão a bloquear o rumo das investigações que a PJ pretendia" e que e que era notória a preocupação de Cândida Almeida com o facto de o inquérito visar o possível envolvimento do primeiro-ministro.

 

Ao Serious Fraud Office foi confidenciado, pelos dois procuradores envolvidos no processo freeport, não existir confiança na sua superior hierárquica (Cândida Almeida).

É Lisboa e Moscovo

08.08.10, João Maria Condeixa

 

Ontem Moscovo deitou-se assim. Por razões bem diferentes, Portugal, ou pelo menos Lisboa, onde hoje tive de apanhar a roupa encharcada que estava estendida lá fora, não acordou muito diferente. Contrastes do aquecimento global, mas na mesma um capacete que não nos deixa ver o Sol em Agosto.

 

Cândida Almeida: ela é que sabe.

06.08.10, João Maria Condeixa

Berrar quando as labaredas vão altas...

05.08.10, João Maria Condeixa

É difícil deter a mão criminosa que pega fogo a uma floresta. É igualmente difícil perceber quem foi  que pegou fogo à Justiça e ao país. Mas quer um, quer outro, devem ser punidos pelo acto.

 

Se no cenário de fogos florestais a falta de meios é uma constante, pelo menos já perceberam que de nada vale apenas berrar quando as chamas  já estão a lavrar. Aprenderam a reclamar por antecipação.

 

Já na justiça, só quando tudo pegou fogo - mesmo quando se julgava não existir mais nada por onde arder - é que vieram berrar por mais meios, mais poder - que isto de ser igual à Rainha de Inglaterra só nas revistas cor-de-rosa tem vantagens - e maior autonomia para alcançar aquilo que eu julgava ser condição prévia para aceitar um cargo desses: real e efectiva separação de poderes. Isso não é sinal de alguma pirómania?

Portugal Queirosiano

04.08.10, João Maria Condeixa

Nunca gostei de ler Eça de Queiroz, muito embora reconheça na sua escrita todas as qualidades que lhe apontam. E viviamos bem assim, numa espécie de respeito mútuo.

 

Mas agora não há jornal ou revista que abra, "status" no facebook que leia, estação de metro que percorra ou embalagem de cereais que devore, que não tenha uma qualquer citação visionária sua mostrando a merda de situação em que o país se encontra. Na altura e desde então!

 

E esta visão queirosiana imposta, como se eu não soubesse ler o que se passa à minha volta, deixa-me a fervilhar de azia, pois já basta aquilo que como todos os dias em formato de notícias. Mas se for a única forma de garantir que alguns abrem os olhos, então continuem, que eu compro sais de fruta...

Meu querido mês de Agosto

03.08.10, João Maria Condeixa

Agosto é o mês do emigra voltar a casa e rever os familiares e amigos. Mas o emigra mudou. E em vez de voltar em "ótomóvel" de marca alemã com galhardete do clube local no retrovisor e "naperón" da Ti Clotilde na chapeleira, entra em Portugal por meios aéreos com "troller Sam&SóNight" e muito mais discreto. Já não tem a pretensão de fazer uma casa nas Beiras com o resto dos azulejos da fábrica local que faliu - até porque se sentiria humilhado pelos projectos de José Sócrates - e nem sequer tem vontade de pôr um leãozinho de pedra a guardar-lhe o relvado e o menino que é incontinente desde tão tenra idade.

 

Já não sente essa vontade porque o emigra já não é o mesmo que, entre os anos 60 e 70, partia "prá França" . O emigra de hoje, para além de ser de outro estrato social e económico, é cada vez mais alguém que nada tem a provar perante os outros quando vai para o estrangeiro. Aquele que hoje parte, fá-lo porque o país não o conseguiu segurar e não porque o país não o conseguia vestir ou alimentar. É sinal que estamos melhor que há 30/40 anos, mas também é sinal que a nossa mão de obra mais qualificada e a nossa massa cinzenta buscam, cada vez mais, ir trabalhar para fora por não termos tecido empresarial que os segure por cá.

 

Ora um país que vê fugir os seus cérebros, que não produz braços técnicos - só os importa - e que tem uma elevada taxa de desemprego de licenciados, ainda não percebeu que tem um plano desfasado da realidade?

 

Em Agosto tenho cá - ainda que seja espalhados pelo país - grande parte dos meus amigos. A maioria, mais próxima, está emigrada: Suiça, Angola, Brasil, Bruxelas, Espanha, Inglaterra, EUA. A eles e aos outros como eles: Bienvenue à votre terra!

Para grandes males, grandes manteigas

02.08.10, João Maria Condeixa

Sinto-me hipertenso. Tenho uma ligeira dor de cabeça e um zumbido nos ouvidos. Estou com uma espécie de tontura e um bocejo persistente. Não por ser segunda-feira, estou certo, mas sim por ter comido ao pequeno-almoço pão duro de Sábado à tarde. Ainda com sal, pois claro! Acabado o stock antigo, hoje já sei o que me espera: uma insonsa carcaça.

 

Rapaziada de Product Development da Lactogal, aqui vai um conselho a seguir: Manteiga Extra Salty para dar a volta ao assunto! Quem é amigo, hã?!

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