Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

República do Caústico

Um instituto com 48 irmãos (3)

31.08.10, João Maria Condeixa

 

Definir a dimensão de um monstro não é fácil. Há muito por palmilhar até se perceber os limites da coisa. Desta vez fui até um ministério que fora emagrecido há uns tempos para perceber como estaria hoje em dia.

  

O Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas tem apenas 18 organismos directos. Pouca coisa depois do que se viu no MOPTC e no MTSS. O problema foi ao desdobrar esses 18 ramos. De entre aqueles que nos dão a conhecer as suas entranhas - grande parte, como o IGAP, a DGADR, ou outros, não nos concedem esse privilégio - a maioria tem estruturas orgânicas gigantescas como esta ou esta.

 

Assustou-se com a dimensão da coisa? Não é caso para isso. Lembre-se que até agora, revistos 3 ministérios, vamos em apenas 98 empresas/organismos directos e todos eles com, potencialmente, o mesmo tipo de estrutura. Não o deixa satisfeito saber que ainda há tanto ministério por visitar?

Vivemos à mercê de uma tômbola de despachos

31.08.10, João Maria Condeixa

Em 2007, em defesa da extinção da Brigada de Trânsito da GNR, dizia José Sócrates no parlamento:

o CDS-PP e Nuno Magalhães estiveram três anos no Governo e "não fizeram" a reforma da segurança interna. "Vejo até algum ciúme por ver um Governo fazer uma reforma que o CDS não fez quando teve oportunidade", disse o chefe do Executivo socialista.

Passados apenas 3 anos, sem que tivesse havido tempo sequer para retirar a decoração de todos os carros da "BT", o executivo de José Sócrates vem afinal propôr um remendo para emendar o erro: a DTSR (Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária). "A BT reactivada com outro nome!"

 

Farto destes desnortes que nos emagrecem a carteira e que resultam da casmurrice de quem nunca quer ouvir, mas passa o tempo - talvez por isso - a recuar e a emendar a mão. Portugal é um país refém de um executivo socialista sem acção estruturante que mais parece uma tômbola de despachos que hoje vomita uma ideia e na semana seguinte outra.

O que chove lá fora...

30.08.10, João Maria Condeixa

A mulher que eu nunca tive

30.08.10, João Maria Condeixa

Fernanda Câncio é a mulher que nunca tive. Quer saber onde estive, com quem andei no Sábado e por que razão não apareci no Camões.

 

 - f., não sei se ainda estás a bater o pé de mão na anca, mas eu juro que tenho um álibi. Às 18horas do dia 28 de Agosto de 2010 estava em Aveiro numa workshop sobre a reforma da PAC e Agricultura - que também foi lapidada nestes últimos anos - junto com um grupo de amigos. Bem, também havia por lá mulheres, mas eu prometo que nem olhei para elas. Quem lá esteve pode corroborar o que estou a dizer. Ainda que a agenda deste grupo seja por nós definida - coisa que aparentemente não queres entender - eu não quero estar a entrar em discussões estéreis - não vale a pena! -, por isso deixo-te os colarinhos da minha camisa branca como prova: nem uma marca de batôn lá encontrarás!

 

PS - Quarta é dia de homens: noite de poker.

Como os percebo...

27.08.10, João Maria Condeixa

Como querem que a população concorde com medidas de austeridade de combate ao défice se continuamente lhes falam de que estamos no bom caminho, não lhes falam da dívida pública, os iludem com crescimentos de 0,2% e tapam o desemprego de 11% com uma peneira?

 

Como querem que a população concorde com medidas de austeridade de combate ao défice se cada vez que lhes aumentam os impostos vêem crescer a despesa pública?

De um banho de mielina nasceu a mulher

26.08.10, João Maria Condeixa

 

Quando Deus criou a mulher, deixou-a cair num caldeirão de mielina, tornando-a, para todo o sempre, refém de acelerados impulsos nervosos. A mulher é uma cisterna gigante dessa substância verde e viscosa que aparentemente é responsável pela boa condução das descargas eléctricas que fazem de nós ser pensantes, actuantes e sensíveis.

 

São as mulheres que, da mais perfeita paz de alma, conseguem saltar para a histeria completa ao verem uma barata ou um rato. São elas que, da mais banal conversa de cabeleireiro, conseguem criar uma nervosa e apaixonante - para um público feminino, pois claro! - novela que dura dias e deve ser partilhada pelo maior número de amigas. São elas que, nervosamente, se queixam de terem ficado sem três dedos de cabelo quando tinham pedido para cortarem dois - who cares about an insignificant finger, when you're bold? -. São elas que, histericamente, saltam de uma gargalhada para mergulharem num choro descontrolado ao verem a Anatomia de Grey. São elas que conseguem ir aumentando o tom de voz à medida que o ponteiro da velocidade sobe. São as mulheres que arranjam um nervoso miudinho que as faz ficarem vigilantes noite dentro a tomar conta dos filhos sem parecerem cansadas no dia seguinte. São elas que descomprimem os nervos, num enervante e irritante ambiente de compras. São elas que jamais lançam para trás das costas tudo o que de banal lhes acontece da vida, mas que das verdadeiras tempestades tendem a reagir como se nada fosse.

 

São estes defeitos e algumas destas virtudes, que lhes resulta desse divino banho de mielina. Hoje deu-me para escrever sobre isso.

Pág. 1/5