Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

República do Caústico

Ao ancião de tenra idade

07.07.10, João Maria Condeixa

Aquele que me dá o privilégio de com ele almoçar diariamente, cumpre hoje seis anos de vida blogosférica. É muito pouco tempo para espelhar toda uma vida cheia e atribulada globo fora, mas vai servindo para postar as irritações que Sócrates e os seus acólitos do PS lhe trazem. Pena que lhes dedique tanto tempo e tanta vocífera e esdrúxula ginástica vocabular, pois para além de não transparecer em pleno a sua boa-disposição, não conta todos os episódios, empulados ou não, que aqui e ali foi sorvendo. Mas fica o conselho...ah e os meus sinceros parabéns ao Espumadamente!

Simon says...

06.07.10, João Maria Condeixa

 

Mário Soares diz não existir alternativa governativa ao Partido Socialista, o que à primeira vista parece ser um pensamento totalmente redutor, pois parte da ideia que o espectro político é apenas constituído pelo PS e o PSD. 

Se o mundo fosse como o self-proclaimed "pai da democracia portuguesa" o pinta, talvez tivesse razão: o projecto do PSD para governar Portugal em pouco difere do PS. Ainda que Pedro Passos Coelho seja alternativa a José Sócrates, a semelhança ideológica partidária não é de hoje, nem se vai esbater amanhã. É um problema de constituição programática dos partidos que o eleitorado terá de saber resolver por outras forças partidárias, caso queira apostar numa alternativa à via socialista.

 

Mas Mário Soares foi redutor intencionalmente. Sabendo que o eleitorado não irá, já, radicalmente, optar por outras vias para sair do centrão a que se habituou, ao dizer que não há alternativa ao PS, instigou, ou quis instigar o partido a reflectir. Não haver alternativa ao PS, não é o mesmo que não haver alternativa a José Sócrates. Mário Soares não é parvo, nem novo. Sabe que este executivo tem os dias contados e quantos mais dias continuar de pé, sem oposição ou pelo menos vozes dissonantes internas, mais dificuldade terá em emergir no futuro. Por isso tem de semear a crítica para que o PS e o seu eleitorado comecem a procurar, mas no seu próprio seio, alternativas a este executivo em vez de darem por contados os dias e baixarem os braços. Foi uma espécie de: "Mexam-se! Vão para fora, cá dentro!"

 

Mas ao que parece ninguém se moveu...

 

PS - E, via 2711, descubro que Vitorino não ouviu ou, então, se fez desentendido! 

Sócrates, a poor lonesome cowboy

05.07.10, João Maria Condeixa

 

Sócrates e o governo são já uma espécie de Lucky Luke. Mais rápidos do que a própria sombra vão disparando tiros aqui e ali. A diferença é que o cowboy franco-belga, que também deixou de fumar como o vosso Primeiro - a propósito, essa promessa mantém-se ou era apenas um objectivo? -, era certeiro nos tiros que disparava, enquanto que este governo, ainda nem a bala saiu do cano, já está a emendar a mão!

 

Da rectroactividade nos impostos, aos cortes na despesa, passando pela rede escolar, as SCUTS e os Chips, tudo sofre voltas e reviravoltas à velocidade da luz. Diz-se que a sua sombra, cansada pela paranóia esquizofrénica, já cruzou os braços e aguarda apenas pelas presidenciais e por um partido com tomates que agarre o país, pois de resto sabe que o seu momento já passou.

 

Abandonado pela sua própria sombra, Sócrates é cada vez mais, como gosta de dizer calimericamente, um poor lonesome cowboy! Pena que tarde em ir em direcção ao pôr-do-Sol.

Tal como o Cristiano

04.07.10, João Maria Condeixa

É com grande emoção que informo que fui ontem pai de uma criança. A mãe, que quer manter-se no anonimato, inclusive para mim, mandar-me-á a criança por carta registada, sem remetente, nem pedido de extorsão financeira.

CR1, CR2, CR3, CR4, CR5....

04.07.10, João Maria Condeixa

Fez-se luz! Cristiano tem um projecto altruísta para salvar a glória e honra portuguesas. O filho que agora anuncia é o primeiro de 23 que daqui a uns anos levarão Portugal a ser campeão Olímpico, da Europa, do Mundo, vencedor do festival Eurovisão, da gala do Sequim d'Ouro e dos Jogos sem Fronteiras. Aguarda-se, esperançosamente, que Carlos Queiroz seja infértil para descendência sua não estragar este grande plano do menino madeirense!

Esqueçam as especiarias. Estamos em crise..

03.07.10, João Maria Condeixa

Tempos houve em que me cruzava com um porteiro que, dependendo da gravata, assim me tratava por "Sr. Dr" ou "Sr. Eng". Tempos mais tarde resolvi, num acto natural e descontraído, libertar a minha maçã de Adão e deixar a gravata em casa. Pois o meu nome, a pouco e pouco foi caindo na lama e de um subalternismo bacôco fui vendo nascer um sobranceiro Homem capaz de me enfrentar num "bom dia" sem título académico.

Portugal é o país dos doutores e engenheiros, onde mesmo quem não é, dependendo do posto, por uma das duas formas assim tem de ser tratado - e não, isto não é uma indirecta a José Sócrates, mas sim uma directa à pacóvia sociedade portuguesa dos salamaleques honoríficos -.

 

Daí que não me admire que um deputado da nação, que em parte o seu trabalho é representar os seus eleitores, seja tão provinciano no pensamento. Afinal de contas está a representá-los tal e qual como eles são ao pensarem assim. Diz José Lello que é "desprestigiante para o Presidente da Assembleia da República andar em executiva e que temos de cuidar dos sinais que mandamos para o exterior". Pena que não tenham pensado no sinal que mandaram para exterior quando usaram a golden share contra 75% da vontade accionista. Mas, adiante. Este tipo de pensamentos são resquícios de um português mal habituado que sonhando ainda com o luxuoso país do séc. XVI, que nunca conheceu, se recusa a encarar a difícil realidade do país do séc. XXI, em que vive, e que ajudou a criar.

 

O exemplo de Jaime Gama pode até adiantar pouco ou mesmo nada, mas revela um espírito que combate o mal que nos trouxe até aqui: a mania das grandezas! É hora de todos nós o adoptarmos..

Sem esperança no futuro

02.07.10, João Maria Condeixa

Em cada 10 portugueses, 2 estão desempregados. Com muito azar à mistura, dois desses dez podem perfeitamente ser os dois chefes de uma família que ontem viu o imposto sobre o consumo diminuir o seu poder de compra, enquanto também assistia a uma diminuição nas deduções em saúde e educação lá de casa. Ou seja, de uma vida díficil passou para uma vida infernal. Até porque, como se não bastasse, este governo pretende taxar o trabalho, com efeitos retroactivos - que pândega! - agravando assim triplamente uma família que já se via em dificuldades.

 

Mas, mais do que o dia-a-dia, é a esperança que está coartada. Se a família só vê o Estado a ir buscar aos bolsos e ao suor dos contribuintes e das empresas, financiamento para equilibrar as contas - isto para não dizer que é para continuar a financiar sonhos socialistas - e não vê o mínimo esforço para diminuir a despesa, nem melhorar a capacidade das empresas que geram economia e postos de trabalho, então a dita família não pode suspirar pelo amanhã, pois teme que ele apenas seja pior.

 

O Estado não está a ir buscar para ajudar quem precisa, está a ir buscar para se financiar a ele próprio. E se hoje vai buscar a 8 em cada 10 portugueses, amanhã  não sabemos quantos contribuintes ainda existirão com emprego para suportar essa demanda.

 

E o nosso Primeiro-Ministro continua no país das maravilhas a defender-se com os números da sazonalidade que aí vem..

 

Simplificando as SCUTS

01.07.10, João Maria Condeixa

Ainda pouco ou nada escrevi sobre as SCUTS. Mas o erro que veio "Cravinhado" do passado e que só existiu porque os alforges do socialista Guterres eram proclamados como sendo cornucópias - do latim, corno da abundância - não me suscita suscita assim tantas dúvidas. Em 4 traços gerais:

 

a) Esses troços - e todos sem excepção - devem ser portajados.

b) Havendo alternativa, não devem existir quaisquer excepções. No limite poder-se-á criar um programa com desconto igual ao ViaCard, utilizador frequente.

c) Para um sistema justo, o valor deve ser diluído por todas elas e cobrado proporcionalmente por km, independentemente, da zona estratégica que sirvam.

d) A amortização do investimento deve ser reflectida no valor portajado, diminuindo este - coberto que esteja o investimento - até um valor residual que reflicta os custos de manutenção e operação.

 

...a continuar...