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República do Caústico

Até onde vai o suprapartidarismo?

05.05.10, João Maria Condeixa

 

Os poetas vêem as balas de outra forma, talvez por isso lhes dêem tão facilmente o peito, o que normalmente lhes sai caro. A Manuel Alegre não, dar o peito às balas tem-lo feito sorrir e ainda lhe trará a rosa aos pés. Mais poético? Impossível...

Outros, talvez por pertencerem ao domínios das economias, perderam o coração pela razão e escolhem outros caminhos. Mais tortuosos, mais calculistas, mas igualmente legítimos:

"Descuidam-se" nas intenções de veto que deixam transparecer cá para fora e medem o pulso ao eleitorado. Dão avisos sobre o TGV e as grandes obras públicas, mas depois dizem estar a generalizar para qualquer caso e país da Europa. Vigilantes e astutos não se assumem, nem criam ondas. Estudam terrenos. Partindo da direita assegurada, a dúvida é só uma: até que ponto da esquerda lhe é possível penetrar. E por isso vão fazendo testes, prospecção até que saia petróleo ou bata em rocha dura.

Cavaco não fala sobre eleições, mas já ninguém acredita que esteja a presidir sem segundas intenções. Logo quem...

Alegre tem, como Cavaco, uma candidatura suprapartidária. A diferença é que do primeiro se conhece melhor os seus limites que do segundo, que ainda os anda a estudar.

Influorescências, a quanto obrigam...

04.05.10, João Maria Condeixa

Experimentem andar por Lisboa por esta altura e digam-me lá se não se sentem capazes de apresentar uma reclamação ao criador de tão bela e chata árvore: os Plátanos! Quem os inventou devia ser obrigado a limpar as ruas, a sacudir-me as camisolas, a lavar-me o carro, diariamente, e a assoar-me o nariz. Lisboa parece a capital da neve amarela em pó. Ficando especialmente atraente quando lhe dá o vento no sentido dos ponteiros do relógio.

Criança birrenta que cede

04.05.10, João Maria Condeixa

 

Após ter atado o burro a uma árvore e ter batido o pé o mais que pôde, foi um "demagógico" - como ela lhe chama - sopapo político que a fez sair da birra em que se encontrava. Descruzou os braços lentamente enquanto todos à sua volta a criticavam. A opinião pública estava contra ela, mas a teimosia prevalecia e não poderia dar agora parte fraca. Não, sem pelo menos, encontrar uma escapatória:

E se eu chamasse demagógicos àqueles e dissesse que não estou para contribuir para uma política de baixaria (sic) e para um episódio triste? - pensou -.

Dito e feito. Agarrou essa oportunidade para emendar a mão, atacou outros em vez de assumir a triste figura que fizera e, espelhando mais uma vez a mimada que é, fingiu ir à sua vida como defensora da instituição e de todos nós!

Quando mais vale dispersar

02.05.10, João Maria Condeixa

Que o Benfica se mostre indiferente ainda é como o outro. Mas parece-me uma postura de bom senso, ainda que demasiado cavalheiresca para um clube como o da Luz - com esta já me condenei ao insulto - e que pode evitar o agravamento de problemas.

 

Que as forças policiais perante um grupo de Neandertais a apedrejar mamutes autocarros se contente com dois tiros de shot-gun para os dispersar, é que já não acho normal. Da última vez, nos Algarves, orgulharam-se de não ter detido mais de 2 ou 3 pessoas. Agora isto. Enquanto não avançarem para eles com a clara intenção de os pôr atrás das grades, nunca os outros adeptos ou as respectivas equipas poderão viajar descansadas, não condicionadas pelos ataques que possam vir a sofrer.

 

Ainda que possa parecer mal perguntar: será que se contentam por os dispersar, porque se os prenderem, é mais o tempo que demoram a preencher a papelada do que aquele que os vândalos ficam lá dentro?

Do mar não vêm fantasmas de Chernobyl

01.05.10, João Maria Condeixa

 

 

 

Os medos do nuclear são mais que muitos desde o acidente de Chernobyl. O Nuclear é perigosíssimo e o petróleo é uma paz d'alma. Não recorrendo a dados científicos, tal como a maioria que se assusta com o nuclear, diria que esta opinião generalizada não é mais que um mito urbano.

 

Somem-se os desastres ocorridos no mar - que rapidamente se esquecem, porque o que se passa debaixo de água pouco nos interessa e "olhos que não vêem, coração que não sente" - aos conflitos tidos pelos poços de petróleo - lembram-se daqueles a arder no Iraque/Kuwait/etc.? - aos conflitos tidos pelos gasodutos e pelas flutuações do barril de brent. Somem-se os poluentes cargueiros que muitas vezes espalham as suas entranhas pelas nossas águas, às emissões poluentes dos nossos bólides e digam-me se o nuclear é assim tão nefasto e perigoso...

Damos palco ao grotesco

01.05.10, João Maria Condeixa

 

 

Estou a ficar velho. Há uns anos atrás, o senhor no vídeo ter-me-ia feito rir. Hoje, estupefacto, lamento que se esteja a fabricar parte de uma geração que prefere ridicularizar os seus defeitos para obter algumas audiências e efémera fama, em vez de optar por os corrigir ou atenuar, passando a evidenciar aquilo que têm de bom, que, neste caso, seria a sua capacidade autocrítica, em vez dos dentes saltitantes que qualquer geronte da nossa praça consegue reproduzir.

 

Mas, lá está, sou eu que estou a ficar velho, não liguem, e isso vê-se pelo uso da palavra "geração" com base em dois ou três tristes. Mas de facto preferia que não se deixassem tentar pela passadeira vermelha dos "razzies".

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