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República do Caústico

Karol Wojtyla, o nosso S.Pedro.

08.05.10, João Maria Condeixa

Estava para aqui a pensar que Papa que se "reforme" assumirá, nos céus, o lugar de S. Pedro. Não me perguntem o que acontece àquele que é substituído, porque ainda não pensei nisso, mas é uma tradição que já irá com quase 2000 anos de vida, isso vos garanto! Papa na terra, S.Pedro no céu, simple as that.

Assim sendo, uma coisa é certa, o actual S. Pedro - o nosso weatherman - é Karol Wojtyla. Ora, está tudo explicado: Sua Santidade, que eu tanto admirei, mesmo com tantas voltas pelo mundo, ficou sempre enraízado na sua terra natal e com tremendas dificuldades em vir a assumir o controlo climatérico de um país como o nosso. É que Maio com chuva e frio só na Polónia.

Pensando no futuro, o melhor é na terça adiantar-me uns bons anos e interceder já por uma melhoria do estado do tempo.

Quinta de Guimarães

07.05.10, João Maria Condeixa
Já há muito que devia este destaque à Quinta de Guimarães pelos 3 dias que lá passei. O Solar, os quartos, a cozinha e os cozinhados, a simpatia e hospitalidade, o court Ténis, o Vólei de praia, a piscina, as motas de água, os matraquilhos e o ping-pong, as noitadas bem passadas, o circuito de barco rio acima e o descanso que só se tem num sítio assim. Tudo lá encontrará, excepto os meus amigos com quem fui e que ajudaram à festa. Leve também os seus. Pode não ser o mesmo, eu percebo, mas olhe que vai gostar!

A Sócrates o que é de Sócrates

07.05.10, João Maria Condeixa

Ricardo Rodrigues é desde ontem Conselheiro de José Sócrates para a segurança interna. Mais cómico, só quando apresentaram a candidatura de Constâncio ao BCE com o pelouro da supervisão.

Por esta ordem de ideias, um dia destes ainda os vou ver a indicar o Bibi para Director da Eurodisney ou o Eyjafjallajokull para Alto Comissário da Agência Europeia para a Segurança da Aviação.

Quem estará preparado se a UE falhar?

06.05.10, João Maria Condeixa

 

A propósito deste último post, em que a imagem espelha apenas um pouco da violência que se vive na Grécia, lembrei-me que a minha geração e a seguinte talvez não estejam preparadas para uma UE falível a este ponto:

Hoje de manhã, à minha frente, seguia um autocarro cheio de putos numa viagem de estudo. Ao contrário da rebaldaria nos bancos de trás e dos pacotes matutano a voar de um flanco para o outro do meu tempo, a maioria estava muito arrumadinha nos seus bancos. Presos às PSP2 e aos telemóveis nem se faziam ouvir cá fora. Para eles a crise ainda não lhes chegou aos ouvidos e ainda bem. Quando tinha a idade deles também andava absorto dos problemas do mundo.

 

Mas lembro-me de alguns detalhes que entretanto se modificaram: a poupança fazia com que o meu almoço viesse sempre cozido pelo termo e que as joelheiras fizessem parte das calças que tinha herdado do meu irmão mais velho. Ninguém andava na rua mascarado de Cristiano Ronaldo miniatura, primeiro porque o bom senso e gosto imperavam, mas sobretudo porque isso significava um custo extra para lá do que a mentalidade não consumista permitia.

 

Depois choveram os milhões e milhões da Europa e num abrir e fechar de olhos as mentalidades passaram para um consumismo desenfreado. Vivendo para além das suas posses, de um dia para o outro todos quiseram ser patrões: quantos saíram de fábricas - que tiveram de procurar mão-de-obra estrangeira - para abrirem um café ou outro tipo de serviço? Quantos passaram a comprar tudo o que viam para si e para os filhos com recurso a crédito dourado? Sentiam a necessidade de dar aquilo que não tinham tido sem perceberem que no fundo estavam a entrar na espiral da hipoteca que hoje vivemos. 

O dinheiro chovia e sentiam as costas aquecidas pela União Europeia, mas quem ficou mal habituada foi a minha geração e a seguinte. Daí que diga que talvez não estejamos preparados para um eventual falhanço. Mas e se ela falhar?

 

PS- o resto não pode mesmo ser igual à grécia

O azar foi ter levado os gravadores

05.05.10, João Maria Condeixa

Ricardo Rodrigues assume ter tido os seus azares e pelos vistos, sexta passada, teve outro. Desenquadrados do resto da entrevista, ficamos sem saber que outras perguntas incómodas terão levado à crispação do deputado. Mas se forem como a última que faz precipitar o entrevistado, então apoio a decisão de saída.

Obviamente que é um erro ter levado os gravadores que não lhe pertenciam e que tinham já outros conteúdos da entrevista, mas de resto julgo que saíria com a mesma indignação.

De que serve responder sobre boatos - a forma como o jornalista confunde esta palavra com "processo" é, no mínimo, cómica -, sob o risco de ser desvirtuada a resposta se, como o próprio entrevistador disse, nunca chegou a ser acusado ou investigado sequer? Quanto ao jornalista, faz sentido abordar um tema tão facilmente inflamador da honra de qualquer um, se estamos apenas apoiados num burburinho infundado? Faz sentido colocar uma questão sem ter estudado o assunto ou tido pelo menos o cuidado de perceber como apareceu o nome do entrevistado à baila?

 

Alguém perguntou ao jornalista se ele é competente? É que ouvi dizer que não! O azar foi ter ficado sem gravador..

Toque de midas invertido

05.05.10, João Maria Condeixa

Sócrates está muito confiante com a evolução da economia portuguesa. Eu também estava. Hoje de manhã com as previsões da Comissão Europeia até vi ali um raio de sol, mas depois ele disse isto...

E se percorrermos a história deste governo, sempre que disseram bem do nosso país ou anunciaram o fim da crise, o país acabou por se enterrar um pouco mais. Quando lançaram os números do desemprego, da dívida pública, do défice, aconteceu o mesmo. Não creio que sejam incompetentes a fazer contas. Começo a acreditar que alguém lhes inverteu o toque de midas.