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República do Caústico

Nós por cá

24.05.10, João Maria Condeixa

Vejamos no que cortam os britânicos em vez de aumentarem os impostos:

Ao todo, afirmou o ministro das Finanças, George Osborne, serão poupados 6,5 mil milhões de libras (7,5 mil milhões de euros) em “despesas inúteis” no sector público mas meio milhão de libras (579 milhões de euros) será “reciclado” e usado noutras áreas. Por cá, temos Teixeira dos Santos e o bloco central. 

Será uma questão de manter a tradição?

24.05.10, João Maria Condeixa

Podíamos viver e enfrentar a crise, dar a volta por cima, cortando na despesa e sem necessidade de recorrermos a subida de impostos, como estão a fazer no Reino Unido os recém-chegados conservadores e democratas-liberais?

 

Poder, podíamos, mas não seria a mesma coisa. E como sabemos, peritos a manter-nos "nesta mesma coisa de sempre", são os partidos do bloco central. Porque para pagar as ideias socialistas dos meninos, estamos cá nós e é tudo uma questão de furos no cinto. 

Domingo de Shopping

24.05.10, João Maria Condeixa

O país ao domingo está totalmente dessincronizado e desajustado. Experimentem percorrer, por exemplo, a capital a um domingo em busca do comércio tradicional - que é como quem diz, aquele que se encontra ao ar livre, pois de tradicional tem o que tem - e depois digam-me se o encontraram aberto.

 

No dia em que eu e metade dos Lisboetas tem mais tempo para percorrer o Chiado, a Baixa ou a Guerra Junqueiro, o comércio tradicional, que de tanta defesa carece, encontra-se fechado, obrigando-nos a partilhar espaço com esses adoradores de pipocas e pares de namorados pegajosos que, de braços entrelaçados um no outro, pululam os corredores artificiais dos recintos fechados sem se desviarem de quem efectivamente quer circular. Pior, só quando os encontramos, moles e melados, a trocar saliva a meio de uma escada rolante.

 

Mas, o filme não acaba aqui. Finitas as compras não alimentares de inicio de época veraneante, eis que surge a necessidade de encher a despensa lá de casa. E para onde somos despejados? Para a rua, pois claro, porque nos centros comerciais, a bem do comércio tradicional que também encerra no dia do Senhor, resolveram fechar os hipermercados. Fazendo de nós seres deambulantes de estacionamento em estacionamento, por entre elevadores, corredores, semáforos e maratonas com sacos de plástico, para conseguir algo que podia ser tão mais acessível caso não vivêssemos neste país desorganizado e dessincronizado por via das leis.

 

Depois admiram-se que enalteçam a internet que um dia tudo há-de colocar à distância de um clique.

 

Arranca a minha época balnear

22.05.10, João Maria Condeixa
Mais do que merecida e mais do que atrasada, a minha época balnear arranca hoje. Não de forma tão exuberante como a rapariga da fotografia - até porque não tenho os seus atributos e ainda estou naquela fase de contraste intenso do pêlo negro sobre a pele esquálida, que me desfigura ligeiramente - mas garanto-vos que arranca hoje. Ah, e que o contraste passa rapidamente!
Por isso já sabem, não me apanham aqui até domingo. Entretanto, no facebook, a República do Cáustico já tem uma página própria. Se não fordes para a praia, podeis sempre passar por lá e fazer um "I Like", já que o "Deslike" não existe como opção. Até já.

Um problema de precocidade

19.05.10, João Maria Condeixa

Graças a Deus - e a Tim Berners Lee - há a internet, caso contrário, o desperdício de papel nos jornais com a cobertura ao desnorte do governo seria uma das causas da desflorestação na Amazónia. Bem sei que a Europa muda muito no espaço de 3 semanas, mas o que se diz às 10h da manhã sobre rectroactividade nos impostos, não pode ser desmentido à tarde pelo Primeiro-Ministro, sob pena de acharmos todos que o governo está desnorteado e o país desgovernado!

Prendam aqueles que fazem declarações do tipo ejaculação precoce - daquelas que dão azo a correcções também elas feitas em cima do joelho - caso queiram manter alguma seriedade e credibilidade governativa. Mas lembrem-se que se o fizerem, provavelmente, não lhes sobrará ninguém.

 

O melhor amigo do político é o fait-diver

19.05.10, João Maria Condeixa

 

 

Eu quero lá saber de pedidos de desculpas. Não me interessa se Pedro Passos Coelho se sente uma prostituta suja e usada, corrompida pelo peso do "sentido de Estado" - como lhe queiram chamar - e se sente na necessidade de se dirigir àqueles que enganou com sonhos de "mudanças de paradigma" e revolução nas funções do Estado e da sua organização. Eu quero lá saber se PPC é capaz de prometer o sangue que MFL não tinha na guelra, se depois se mostra como um flop, bem ao estilo de Sócrates: um prometeu 150 000 empregos e desculpou-se com a crise. Outro prometeu votar contra o PEC e acabou por ir buscar o mesmo bode expiatório. Nunca antes uma crise serviu para tantos. Até para Cavaco.

   

Eu quero lá saber se Sócrates me deve um pedido de desculpas por todas as mentiras, erros de análise, voltas e reviravoltas que tem dado às custas do contribuinte. Esse pedido de desculpas não me acrescentaria nada ao bolso, não me traria melhores perspectivas de futuro, nem, por não ser amigo deles, melhoraria a nossa relação.

 

Por isso esqueçam quem deve o quê a quem, e todos esses fait-divers que apareceram, e tratem de ouvir e ponderar a opinião daqueles que exigem um valente corte na despesa ao invés de um aumento de impostos paralisador da economia.

 

Imagem gentilmente roubada do magnífico We Have Kaos In The Garden