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República do Caústico

Perguntar não ofende

04.03.10, João Maria Condeixa

Rangel terá tirado férias? É que os outros - embora também se possam estar a baldar  valentemente - sempre nos deixam na dúvida se durante o dia cumprirão, minimamente, com as suas funções e só depois fazem a apologia da sua candidatura lá mais para a tardinha e noite dentro. Agora Rangel, tenho a certeza que já não pica o ponto no PE faz tempo...

Debate laranja

03.03.10, João Maria Condeixa

Paulo Rangel é capaz de melhor. Sei que assim é porque já o vi fazer muito melhor. Só que a impreparação ou a subestima - ou a primeira por via da segunda, se quiserem - paga-se cara, sobretudo quando se está no primeiro dos rounds e ainda para mais contra o nosso principal adversário.

 

E embora pese pouco na tendência de voto dos militantes, estes debates consolidam sobretudo apoios. Funcionam como cola na argamassa que se vai constituído entre bases e elites. E é dependente desses sindicatos de apoio que, infelizmente, estará o próximo líder do PSD - como de resto está qualquer líder de qualquer partido - pelo que o ponto conquistado por Pedro Passos Coelho foi de extrema importância: primeiro porque sendo "um carreirista" tem inimigos internos que coleccionou ao longo do percurso que deverá intimidar e/ou seduzir . E Paulo Rangel, por ter um percurso mais recente não terá tantos - quanto muito cultivará invejas por ter sido adoptado tão rapidamente -.

 

E segundo porque Passos Coelho tem de provar às elites, que o vêem com pouca substância, que até tem capacidade para liderar o partido e vencer aos perfis mais técnicos - como Rangel se apresenta - a quem eles ponderam vir apoiar. Com a noite de hoje Passos Coelho preparou a terra para semear mais apoios e partir à conquista de quem o detestando, abomina ainda mais perder. 1-0 ganha Passos Coelho.

Jugular, a veia artística

02.03.10, João Maria Condeixa

 

Ao passar por este post do Eduardo Pitta acabei por ir parar a este link que agrupa todas as produções de João Cóias para o Jugular. A verdade é que a maioria, de inigualável qualidade, tem a minha discordância na crítica, mas ainda assim uma enorme ponta de inveja pelo sentido artístico da coisa. O meu reconhecimento, que já tardava, por nos presentear com tamanho talento à distância de um simples clique.

Sinais da crise

01.03.10, João Maria Condeixa

As crises também se medem nos pequenos pormenores e hoje vejo, no restaurante onde almoço, diariamente, que a corrida às mesas já não é a mesma de há um ano atrás. É com relativa descontracção e calma que consigo ir até à esquina enfiar um bifinho cheio de molho de natas goela abaixo, para depois o rematar com um tradicional pastel de nata. A crise de uns, a oportunidade de outros.

 

Mas a verdade é que, em dominó, a economia vai perdendo força. Retraíram-se os almoços, retraíram-se as necessidades do restaurante, retraíram-se os seus fornecedores e no fim da cadeia alimentar (podia o termo ser mais apropriado?) retrai-se o produtor.

 

Pelo meio, milhares de desempregados que indo à procura de oferta se deparam com outra retracção, a da procura de mão-de-obra.  E tudo porque a maioria das empresas, ou desconhece o dia de amanhã para admitir mais pessoal, ou porque amanhã vão ter é de dispensar trabalhadores ou então porque já colocaram à porta um eterno "volto já".

 

E, por muito que custe dizê-lo, é este o letreiro que um dia será posto ao Estado se continuar a canalizar fundos para apoio directo ao desemprego em vez de apoiar as empresas que geram economia e criam postos de trabalho. E não, não falo de acabar com o RSI, mas sim de traçar como prioridade das prioridades, o fomento aos que sobrevivendo poderão ajudar tantos outros a sobreviver.

 

O Nanny State sozinho não resolve a crise. Pode até tentar, mas mais tarde ou mais cedo terá de pendurar à porta um "trespassa-se".

Dos votos que batem na urna

01.03.10, João Maria Condeixa

Em proporção a outros países da Europa, de maiores dimensões, Portugal tem deputados a mais. Cenário este que é agravado em termos qualitativos, por quanto vão crescendo os grupos parlamentares. Da esquerda à direita, quanto maior for o crescimento, a partir de determinado nível, como todas as entradas que se dão são de reservas, piora a qualidade individual de cada deputado e o espaço de intervenção que lhe é reservado para crescer. Generalizando, é isto que acontece, o que leva a que os eleitores, que olham também para o panorama global, não se revejam naquelas filas mais atrás que adormecem vítimas de pouca utilidade. 

 

Se juntarmos a isto, a vontade do eleitorado em aumentar a sua participação directa, que tem sido ignorada nos últimos anos e sobretudo atraiçoada (o exemplo serve para toda a Europa) dependendo dos resultados obtidos nos referendos, é natural que se classifiquem os portugueses como democratas insatisfeitos.

 

Mas diria mais, equivocados nas escolhas que fazem, por culpa própria, por razões históricas, clubismos ou razões de empregabilidade, o eleitorado foge do seu enquadramento sendo que "as maiores diferenças são no PSD. Os deputados "laranja" estão mais à esquerda do que o seu eleitorado." . Este facto promove ainda mais a insatisfação que o estudo parece apontar e deixa claro, pelo exemplo dado, o potencial de crescimento para o CDS-PP ao conquistar o seu eleitorado natural. Mas terá de o fazer rapidamente, pois se o caminho for a de redução do nº de deputados como aponto lá em cima, o CDS da guerra com os deputados de reserva das grandes massas socialistas e social-democratas poderá, injustamente, sair perdedor.

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