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República do Caústico

Formar Da Vincis

08.03.10, João Maria Condeixa

Há notícias que me devolvem a esperança nos dias cinzentos. Há notícias que me fazem acreditar que, passo a passo, Portugal irá convergir para uma realidade mais flexível, menos presa a fantasmas estatizantes e onde a possibilidade de escolha é garante de liberdade.

 

E quando essas notícias de liberdade definem o futuro da educação, aí fico com a certeza que a próxima geração, podendo escolher livremente a sua formação, poderá ser muito melhor que a minha. Os cursos de banda larga, nomeadamente as engenharias, foram um primeiro passo desempoeirado em resposta ao que o mercado e a realização pessoal vão exigindo.

 

O primeiro curso combinado entre diferentes áreas é mais que isso. É a possibilidade de à la carte a pessoa se formar e ficar responsável pelo seu futuro. De num registo lifelong learning ir adequando Minors às opções traçadas na sua vida profissional.  Longe de imposições e limitações poderá autorealizar-se e ficar a depender sobretudo de si própria e das suas escolhas. É uma oportunidade para o cidadão crescer, para a sociedade amadurecer e ganhar espírito crítico, mas também para o Estado aliviar a sua responsabilidade sobre um tema para o qual nasceu quase cego e de mãos atadas.

 

Estivesse eu a entrar agora para a faculdade...

 

Adolfo, quantos pontos?

07.03.10, João Maria Condeixa

É impressão minha ou vamos ao festival da canção com uma música para um filme de animação da Disney? Não sei se pelos tiques de voz à Mariah Carey ou pela balada a roçar os acordes de uma "Pocahontas", a verdade é que fiquei com essa sensação e não me parece que seja receita vencedora, sobretudo se pensarmos em algumas vitórias que nos últimos anos têm mostrado uma inclinação para o "unexpected". Ainda assim, boa sorte para o palco da Eurovisão. Adolfo, especialista na matéria, quantos pontos?

  

 

Um "massacre" a ser estudado

05.03.10, João Maria Condeixa

Em Farhenheit 451 é o Estado que persegue os livros, não quem os salva, como Gabriela Canavilhas quer fazer. Mas, antes assim. 

 

No entanto, à primeira vista aquilo que nos parece um crime e que deixa triste Manuel Alegre, é uma gestão de stocks tão natural como outra qualquer e que pertence estritamente à decisão dos privados, as editoras. Assim sendo, é legítimo esperar que os mecanismos de apoio sejam iguais aos existentes para quebras de outro género de actividade. É verdade, por exemplo, que o Estado apoia instituições que tratam da recolha e distribuição de bens alimentares pelos mais necessitados. E até devia apoiar mais e articular com as mesmas para que o desperdício fosse menor.

Mas se não o faz noutras áreas, como de resto é compreensível, não poderá estar agora a abrir um excepção que complicará o futuro? E quando as empresas de hardware, por exemplo, se lembrarem de reclamar ajuda para enviar PCs que têm em stock, mesmo abaixo do preço de custo, para o terceiro mundo?

 

Gosto da motivação e da preocupação desta Ministra que me tem vindo a conquistar e a surpreender pela positiva, mas há que tomar as devidas precauções para que não nos bata um mundo à porta.

Ó Mãe, aquele moço "batê-me"!!

05.03.10, João Maria Condeixa

O primeiro "banano" que levamos marca-nos para o resto da vida. Há ali qualquer coisa que nos faz chocalhar, que nos apresenta à derrota, à humilhação e à vergonha, mas que nos põe a pensar normalmente no: "como é que lhe vou responder de volta?!" E é aí que nasce outro momento que igualmente nos marca: o dia em que enfiamos o nosso primeiro "banano"!

 

Não, não é isto um incitamento à violência nas escolas. Mas esta história do bullying de hoje que tem outros problemas bem mais sérios e complexos que o bullying do meu tempo, continua com raízes muito mais comuns do que se possa pensar e para os quais as respostas extremistas nunca constituíram solução. Não podemos fingir que não vemos e que o problema não existe, como faziam os pais tiranos de outrora que em tom cavernoso arrancavam um "faz-te homem!" dos intestinos, nem por outro lado nos podemos deixar cair em filosofias de eduquês, repletas de psicologias e preservação de bem-estar que só acaba por criar florzinhas de estufa que virarão vítimas de bullying o resto da vida. No equilíbrio, em pais atentos, e numa escola dinâmica deverá ficar a resposta.

 

Se o João Miranda quiser ver para além disto e o Tiago Ramalho não fizer da coisa grande drama, talvez dê para chegarmos a algum lado e não se tenha de separar os dois.

Portugal não tem tantas ilhas

04.03.10, João Maria Condeixa

Há uns quantos meses atrás, numa reunião com um grego em ele me confessava o estado para que a Grécia caminhava, comentei-lhe em tom de desabafo que muitas das suas angústias eram também as minhas enquanto português. Longe de pensar que viesse a ser crime equipararmo-nos à Grécia neste ou naquele aspecto - e espero que as agências de rating não me estejam a ler -, troquei com ele as minhas preocupações sobre o crescimento do Estado despesista e a fraca massa produtiva, sobre a terrível carga burocrática em que vivemos, sobre a complicada e survedoura política fiscal, sobre o futuro da dívida pública e, claro, sobre o que se ouvia dizer dos políticos no futebol e nos táxis.

Respondia-me ele que Portugal devia direccionar-se totalmente para o Turismo como única alternativa.

Hoje, segundo dois políticos alemães, a alternativa que resta à Grécia é tornar-se um protectorado germânico vendendo parte do seu território para exploração com fins turísiticos.

Não tendo feito essa aposta a seu tempo, agora outros a farão como contrapartida de salvar um país que não pode sair do Euro e que está totalmente dependente das acções e próximas decisões externas.

Portugal não poderá ser o próximo. Até porque não tem tantas ilhas.

O homem tem um dom

04.03.10, João Maria Condeixa

"Quero dizer ao país que é que eu chamo um bom trabalho feito. Um trabalho feito dentro dos prazos e dentro dos orçamentos. É isto que o país necessita para dar credibilidade a estes projectos".

Se o outro tinha o toque de ouro a que deu o seu nome, José Sócrates tem o toque da desgraça. Uma semana depois destas palavras de elogio sobre a obra feita, ruiu parte do tecto do novo Hospital de Cascais, na zona das consultas externas. É preciso ter azar!