Uma pequena despesa, um enorme desperdício
Estive ontem num debate sobre a reestruturação administrativa do Concelho de Lisboa e vi a maioria dos intervenientes muito satisfeita com o facto das freguesias apenas pesarem 0,13% do Orçamento Geral do Estado. Assim dito parece uma ninharia, mas convertam-no em milhões e a reacção já é diferente: são 211 milhões de euros.
O que em percentagem é diminuto, torna-se numa cifra que já mete algum respeito, mas que é reclamada como insuficiente pela ANAFRE. E é natural que o seja, face às responsabilidades que têm e à atomização em que se encontram, que nalguns pontos do país parece anedótica, como podem ver: Barcelos tem 89 freguesias, Vila Verde 58, Guimarães tem 69, Lisboa 53 e os exemplos poderiam continuar...
Se pensarmos que a dita atomização (4260 freguesias) dispersa o recurso financeiro até ficarem migalhas, então os 0,13% do OGE deixam de ser uma pequena fatia e passam a constituir um enorme desperdício.
E este é um dos problemas decorrentes dessa proliferação.