Suceder a Jaime Silva
Ontem, ao ouvir falar o actual Ministro da Agricultura numa conferência nas Alcáçovas, fiquei com a ligeira sensação que o partido no poder era outro, tal foi a mudança de discurso.
Jaime Silva, fruto da sua incompetência ou obstinação pessoal, deu das maiores machadadas no panorama agrícola nacional. Destruiu um Ministério, em vez de o reformular. Reteve fundos que não lhe pertenciam com base na burocracia e na resposta inexistente. Parte desses montantes teve de devolver a Bruxelas. Foram milhares de milhões devolvidos à precedência, quando Portugal atravessa uma fase tão crítica, sobretudo porque os regulamentos apareciam tarde, as exigências burocráticas eram mais que muitas e o controle tardio e atrapalhado. Além disso, Jaime Silva dedicou-se com afinco a denegrir a imagem dos agricultores portugueses, já de si pouco favorável, apenas para ver facilitado o seu próprio trabalho.
Este Ministro, António Serrano, com uma postura tão diferente só pode achar Jaime Silva uma nódoa e seguramente terá posto as mãos à cabeça quando viu a herança que lhe tinham deixado!
Perante uma centena de agricultores e outros intervenientes, revelou abertura, mostrou saber identificar erros da classe e aparentemente tem sensibilidade para servir de moderador no sector e agir como facilitador. Tudo que o seu antecessor não fez. Vamos ver e esperar pela prática.
Mas já leva uma vantagem: suceder a Jaime Silva é pêra doce.
Parabéns ao Alentejo 2015 pela organização, por ter sabido descentralizar e obrigado pelo convite.