Aflito para se aliviar
Guardo a ligeira impressão que Portugal deve estar a ser visto como um daqueles putos baixinhos, rabinos e travessos, que fartos de fazer merda o dia todo e adiando o mais possível o assunto, ficam à porta da casa-de-banho, de pernas quase cruzadas e mãos em concha sobre a virilha, batendo insistentemente para entrar à medida que a "aflição" vai aumentando.
É que, aparentemente, vamos agora esperar até 24 e 25 de Março por uma cimeira que decidirá sobre a flexibilização do FEEF, o que poderá - desta vez é que é! - acalmar o nervosismo dos mercados sobre Portugal - esses que iriam respirar de alívio com a eleição de Cavaco -. Até lá vamos indo de leilão em leilão - o que é bom até porque os juros estão muito em conta - tentando adiar a "aflição" e combatendo veementemente todos aqueles traidores da nação que dizem que Portugal deverá pedir ajuda externa.
O que fica por responder é quem pagará todo este atraso imputado sobre o país. Quem pagará este ónus sobre as contas públicas e as hipotecas que temos constituído para o futuro, caso se venha a verificar, no final, que o pedido de ajuda é inevitável?
É que quando Portugal se for "aliviar", pode já ter estragado a bexiga, mas a Teixeira dos Santos o máximo que pode acontecer é perder o cargo!