De volta ao inferno

Agosto teve uma 2ª circular arejada, como sempre. Livre de mulheres de madeixas que já de si não sabendo guiar, ainda se preocupam em desembaraçar o cabelo fio a fio pela manhã. Livre de pessoas azelhas que só sabem mudar de faixa quando estão paradas e perpendiculares ao rumo que pretendem seguir, em vez de irem lentamente e em diagonal entrando para onde querem. Livre de seres adormecidos de banho mal tomado e ramelas nos olhos que vão deixando os carros da frente andar, andar e andar até terem uma distância de segurança de quase 50 metros. Livre de pessoas que de olhos no horizonte repetem para si mesmas "não o estou a ver! não o estou a ver!" e não deixam ninguém entrar na sua faixa, não vá esse milésimo de segundo comprometer-lhes a hora de entrada no escritório. Livre de beijinhos matinais entre carroçarias automóvel que bloqueiam por completo a maior artéria de Lisboa.
Há um mês que não sofria com o trânsito e o meu fígado estava quase curado. Não podiam ter ficado junto com os vossos carros pelos algarves?