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República do Caústico

Desemprego de hoje, praia de amanhã

29.01.10, João Maria Condeixa

Segundo os números mais recentes, uma em cada dez pessoas com quem me cruzo na rua está no desemprego. Na azáfama do dia-a-dia é raro pensarmos nas várias repercussões deste cenário e limitamo-nos a lamentar aqueles que passam privações mais acentuadas, esquecendo os danos que estes números causam no país.

 

Sempre que um emprego cai significa que houve uma empresa que perdeu a possibilidade de remunerar alguém para dela retirar mais valias. Por outras palavras, mais vale estar quieto. Sempre que uma empresa abdica de criar mais valia deixa de entrar na corrida e corre o risco de caminhar para uma marcha lenta. Ora como todos sabemos - não são só os Físicos - difícil é vencer a inércia, pelo que amanhã estes 10,4%, que hoje nos são apresentados, significarão a perda de toda uma geração. Uma perda de empregos hoje, uma perda de empresas amanhã, um país que não produzirá no futuro!

 

Vamos ter uma geração que nunca conseguirá voar muito alto como um todo e que, tirando raras excepções (sim a tendência será aumentar as assimetrias) passará de uma "geração rasca" para uma geração falida, ou "à rasca" como já alguém disse. Se a enquadrarmos numa competitiva globalização, então é natural que comecem a achar que o PS tem razão: mais vale transformarmo-nos numa estância balnear!