Na ressaca das legislativas: o PSD
O rapaz do Massamá que, durante a campanha foi apelidado umas vezes de inexperiente, outras de carreirista, uniu o seu partido - o melhor cimento é o poder - e alcançou um feito merecedor de destaque: ganhou uma eleições em Portugal com um programa exigente, reformista e sem promessas idílicas.
É certo que beneficiou do desmoronamento de José Sócrates e do seu governo que numa espiral de descredibilização se mostrou menos preparado que o normal e das sondagens que davam empate técnico magnetizando no PSD o voto útil, mas também não deixa de ser verdade que conseguiu alcançar o sonho de Sá Carneiro.
Mas agora deve mostrar que pertence a uma nova geração capaz de romper com o bloco central e o compadrio e interesses onde o próprio PSD tem quota parte. Deve ser capaz de aproveitar para reestruturar o país incutindo uma nova cultura. Para isso, contará com um parceiro fiscalizador (o contra-poder sensato dentro do poder é tão útil quanto este) para equilibrar a acção, e com a cábula da Troika a orientar, seria bom que fizessem a póstroika que Portugal precisa.