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República do Caústico

O cluster ministerial do PSD

16.05.11, João Maria Condeixa

E como ontem era domingo e nem estava bom tempo nem nada, lá me fui enfiar noutra blogconf. Desta vez com Pedro Passos Coelho na vez de candidato a PM a responder às perguntas (in)cómodas da rapaziada da blogosfera. Isto é sempre assim: somos uns rebeldes na blogosfera, mas uns anjinhos no frente-a-frente.

 

Acredito que José Sócrates ainda esteja a resolver os problemas técnicos da última que, se bem se lembram, acabou por não passar em directo. Esta, pelo que ouvi dizer, passou, o que era já de si um argumento aproveitável por PPC para atirar à cara do opositor, mas talvez não o tenha feito com medo que Catroga classificasse o assunto como "menor". Mas vamos ao que interessa e ao que me deixou intrigado na resposta que recebi:

 

O PSD pretende que um mesmo ministro - sem fusão de ministérios - tenha sob sua tutela directa as pastas da Agricultura, Pescas, Ordenamento e Ambiente. E um dos argumentos usados foi que assuntos conflituantes - o exemplo do Ambiente vs Agricultura não foi mal dado, pois de facto existe e é muitas vezes um grande entrave para qualquer das partes - poderiam passar assim a ser resolvidos por uma só pessoa. 

Ora vamos ao erros que encontro nesta lógica:

 

1) Com um Ministro a acumular funções, sem que exista uma fusão em concreto, pouco ou nada se poupa, pois o grosso da despesa continua a existir. Assim, sobrecarregou-se uma pessoa, um gabinete, mas em termos de ministérios tudo se manteve. Lá se foi o argumento da poupança.

 

2) Com um mesmo Ministro a gerir assuntos que entrem em conflito teremos sempre uma parte prejudicada, pois no Conselho de Ministros há espaço para a negociação e um Ministro pode encontrar o seu contrapoder. Mas se a decisão lhe cabe exclusivamente a si, isso não acontecerá e temo que saia, tendencialmente, um sector beneficiado, nem que seja por empatia, em detrimento de outro.

 

3) Qualquer um dos sectores tem especificidades únicas. Se nunca entendi porque raio se colocam as "Pescas" no Ministério de Agricultura não seria agora que entenderia que fossem agrupadas neste cluster ministerial junto com o ambiente e ordenamento do território. Alguém ficará esquecido.

 

4) Um Ministro da agricultura tem a seu cargo complicadas negociações a nível europeu e deverá acautelar as respectivas execuções. No momento em que se prova o atraso que o PRODER leva e o que isso tem custado ao tecido agrícola, sobrecarregar um Ministro não me parece a decisão mais acertada.

 

5) Por último e o ponto que interessa só a Sócrates: quem tomará conta das ventoinhas que fazem tão bem ao ambiente?

 

Obrigado ao Afonso pelo convite e ao Cachimbo de Magritte, Portugal dos Pequeninos, Adeus Lenine, Albergue Espanhol, O Diplomata, Miss Pearls e Corta-fitas pela companhia.

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