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República do Caústico

Caia o país, salve-se o BPN

20.12.10, João Maria Condeixa

"Ah não, deixar cair o BPN é que não!" - diziam os defensores da teoria do "too big to fail" e do perigo de contágio. "Há que o salvar e o Estado deve nacionalizá-lo!" - argumentando que caso o Estado não assumisse esse cancro, milhões de euros iriam ter um efeito de cascata sobre a economia e a banca do país e que para além disso muitos empregos iriam desaparecer.

 

A coisa fez-se e o monstro foi aperfilhado. Até hoje ninguém sabe ao certo quanto já se gastou com ele. Ouvem-se umas tranches exurbitantes de quando em vez. Hoje fala-se em 500 milhões de euros a serem injectados para limpar parte da sua situação líquida actual, que é negativa em 2 mil milhões! Entretanto a CGD sairá da gestão e perfila-se que o BPN fique na prática como um segundo banco público até estar em condições de venda. Até lá ninguém sabe quanto mais será necessário injectar para que o monstro não caia de vez. Sabe-se apenas que esta injecção de hoje agravará o défice em 0,3%.

 

Hoje, depois de milhares de milhões gastos e a pesarem na carteira de todos nós, já ninguém os ouve falar em perigo de contágio do BPN, nem sequer na teoria do "too big to fail". Meteram a viola no saco e estão a rezar para que alguma alma caridosa pense da mesma forma quando for Portugal a anunciar que vai tombar!